São Paulo, terça-feira, 05 de dezembro de 2000

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SAIA JUSTA

Para Milton Temer, não houve democracia, pois contestadores do processo ficaram de fora

Deputado do RJ ataca venda de estatais

DA SUCURSAL DO RIO

O deputado federal Milton Temer (PT-RJ) causou constrangimento ao interromper a cerimônia de abertura do seminário do BNDES para dizer que em vez de "seminário" o evento deveria ser chamado de "celebração" dos dez anos de privatização.
Segundo o deputado, um seminário "democrático" não poderia ter sido feito sem que fosse convidado para a mesa alguém dos setores que vêm participando da contestação do processo e do modelo de privatização.
"Fizeram uma mesa de apologia, toda constituída pelos privilegiados", disse Temer, que deixou o seminário, um auditório na sede do BNDES, centro do Rio, logo após sua intervenção.
"O deputado só não ficou porque sabia que o que seria discutido aqui iria desmascarar o teatrinho dele", disse o ministro Pedro Parente, da Casa Civil.
"É muito simples fazer só a crítica, levantar e ir embora. É preciso participar do debate; este é um espaço aberto", disse o ministro Alcides Tápias, do Desenvolvimento.
A assessoria de imprensa do BNDES confirmou que não houve convites a representantes da oposição para participar da mesa de debates. Segundo o banco, foram convidados para ficar na platéia membros de todos os partidos políticos e representantes de entidades sindicais.
Entre os empresários que apresentaram seus casos a convite do BNDES, o presidente da Embraer, Maurício Botelho, disse ser contra "a visão maniqueísta" de que tudo de bom ocorreu depois da privatização e que tudo antes era ruim. Segundo ele, a Embraer, privatizada em dezembro de 1994, "é um exemplo interessante de visão estratégica de longo prazo".
Alexandre Behring, da América Latina Logística (concessionária da antiga Malha Sul da Rede Ferroviária Federal), confirmou informação apurada pela Folha segundo a qual sua empresa é a única das concessionárias de ferrovias que fechará o ano com lucro.


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