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BALANÇO
Privatização faz empresa do governo perder espaço
Cai participação de estatais no total dos investimentos feitos no país
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
As privatizações de estatais
ocorridas no governo Fernando
Henrique Cardoso provocaram
uma queda na participação dessas empresas nos investimentos
totais da economia brasileira. Segundo dados divulgados ontem
pelo IBGE, os investimentos das
empresas do governo caíram de
10,70% do total em 1995 para
5,86% em 2000.
Em relação às empresas do governo federal, os investimentos
caíram a menos da metade do que
eram no começo do governo
FHC. Elas investiam 7,1% do total
do país em 1995 e passaram a investir 3,35% em 2000. Já as empresas estaduais e municipais reduziram suas participações no total dos investimentos de 3,6% para 2,51% no período.
Foram privatizadas nos seis
anos analisados pelo IBGE 134
empresas (52 financeiras e 82
não-financeiras). Mesmo assim, o
universo abrangido pelo estudo
somava 320 empresas em 2000,
sendo 56 financeiras e 264 não-financeiras.
Entre as não-financeiras estão
empresas como a Petrobras e Furnas Centrais Elétricas. Entre as financeiras, o Banco do Brasil, a
Caixa Econômica Federal e o
BNDES.
Os números do IBGE mostram
que as privatizações provocaram
uma forte redução dos gastos das
estatais com pessoal em relação
aos gastos totais da economia do
país com essa rubrica. Em 1995 as
estatais respondiam por 13,9%
dos gastos da economia do país,
incluindo a administração pública direta, com pagamento de pessoal. Em 2000, a participação caiu
para 6,45%.
Entre as empresas federais, a
participação dos gastos com pessoal em relação ao total baixou de
8,60% para 3,53%. Entre as firmas
estaduais e municipais a redução
foi menor, tendo os gastos com
pessoal baixado de 5,3% do total
em 1995 para 2,92% em 2000.
Segundo Carlos César Sobral,
gerente do IBGE responsável pelo
trabalho, isso se explica porque as
atividades exercidas pelas estatais
estaduais e municipais são mais
intensivas em mão-de-obra. Entre elas se incluem, por exemplo,
distribuidoras de energia elétrica
e empresas de água e esgoto.
Os números do IBGE mostram
que as receitas operacionais responderam em 2000 por 91,88%
do total das receitas das empresas
federais e por 94,58% das estaduais e municipais. Os subsídios
concedidos às federais representaram 0,32% das suas receitas em
2000 (0,36% em 1995).
Entre as estaduais e municipais
a participação dos subsídios é
maior, embora tenha caído em
2000 abaixo de 1% pela primeira
vez em seis anos (0,93%). Os subsídios, segundo o IBGE, são concedidos, basicamente, para cobrir
déficits operacionais decorrentes
de políticas de preços e tarifas.
Outra pesquisa divulgada pelo
IBGE, referente às contas do setor
público de 1999, mostrou que, por
força do aperto fiscal praticado no
país a partir de 1999, os investimentos do governo federal foram
reduzidos em 24,3% naquele ano.
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