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COMÉRCIO EXTERIOR
País amplia compras da China e importa mais telas de computador, telefones e peças de rádios
Superávit comercial com chineses deve recuar pelo 2º ano
FERNANDO ITOKAZU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As importações brasileiras da
China subiram 29,73% de janeiro
a novembro deste quando comparadas a 2004 ou 45,4% em relação ao mesmo período do ano
passado. Ficaram em US$ 4,8 bilhões contra US$ 3,7 bilhões em
todo o ano passado e US$ 3,3 bilhões nos primeiros 11 meses.
Entre os principais produtos
importados até outubro, segundo
os dados do governo, estão peças
para rádios, telas de computador
e telefones. O detalhamento das
importações de novembro ainda
não foi divulgado.
As exportações para a China
continuaram subindo, mas num
ritmo menor. Até o mês passado,
as vendas à China em 2005 geraram US$ 6,0 bilhões, 11% a mais
do que o ano passado inteiro ou
17,65% do que o período de janeiro a novembro de 2004.
Com isso, o superávit comercial
do Brasil de janeiro a novembro
foi de US$ 1,2 bilhão ou 27,2%
menor do que o US$ 1,65 bilhão
dos 11 meses do ano passado.
Os números indicam que o Brasil deve fechar pelo segundo ano
consecutivo com queda no superávit com seu parceiro asiático.
Em 2003, a balança comercial
foi favorável ao Brasil em US$ 2,3
bilhões. No ano seguinte, o resultado caiu para US$ 1,7 bilhão.
Agora, para igualar o superávit
anterior o Brasil teria que apresentar uma diferença entre exportação e importação de US$ 500
milhões em dezembro.
Em novembro, a cifra chegou a
US$ 210 milhões. O melhor desempenho neste ano aconteceu
em julho, quando a diferença chegou a US$ 298 milhões.
Principais produtos
Os principais produtos importados pelos chineses neste ano registraram grande incremento em
relação a 2004. O aumento de peças para rádio foi de 149%, chegando a US$ 300 milhões. O faturamento com telas de computador, de US$ 227 milhões, foi
70,04% maior.
Já o principal item de exportação, a soja, com US$ 1,5 bilhão,
apresentou queda de 2,5% em
comparação com os dez primeiros meses do ano passado. Minério de ferro, segundo produto na
lista de mais vendidos, teve crescimento, mas mais modesto do que
os importados: 57,2%.
Com o aumento das importações da China, o Brasil reiniciou
as negociações para a autolimitação de produtos daquele país.
Quando visitou a China, em setembro, o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento)
convidou o ministro chinês do
Comércio, Bo Xilai, a visitar o
Brasil para discutir o comércio bilateral e salvaguardas.
Os chineses enviaram uma comitiva, chefiada pelo vice-ministro do Comércio, Gao Hucheng,
que chegou na semana passada e
encerrou a missão ontem.
O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat, afirmou que a diferença entre a rodada de negociações de setembro e a
encerrada agora é que hoje já há
as salvaguardas regulamentadas,
mas não-aplicadas, e outros casos
de setores já apresentados ao governo.
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