São Paulo, segunda-feira, 05 de dezembro de 2005

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COMÉRCIO EXTERIOR

País amplia compras da China e importa mais telas de computador, telefones e peças de rádios

Superávit comercial com chineses deve recuar pelo 2º ano

FERNANDO ITOKAZU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As importações brasileiras da China subiram 29,73% de janeiro a novembro deste quando comparadas a 2004 ou 45,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Ficaram em US$ 4,8 bilhões contra US$ 3,7 bilhões em todo o ano passado e US$ 3,3 bilhões nos primeiros 11 meses.
Entre os principais produtos importados até outubro, segundo os dados do governo, estão peças para rádios, telas de computador e telefones. O detalhamento das importações de novembro ainda não foi divulgado.
As exportações para a China continuaram subindo, mas num ritmo menor. Até o mês passado, as vendas à China em 2005 geraram US$ 6,0 bilhões, 11% a mais do que o ano passado inteiro ou 17,65% do que o período de janeiro a novembro de 2004.
Com isso, o superávit comercial do Brasil de janeiro a novembro foi de US$ 1,2 bilhão ou 27,2% menor do que o US$ 1,65 bilhão dos 11 meses do ano passado.
Os números indicam que o Brasil deve fechar pelo segundo ano consecutivo com queda no superávit com seu parceiro asiático.
Em 2003, a balança comercial foi favorável ao Brasil em US$ 2,3 bilhões. No ano seguinte, o resultado caiu para US$ 1,7 bilhão.
Agora, para igualar o superávit anterior o Brasil teria que apresentar uma diferença entre exportação e importação de US$ 500 milhões em dezembro.
Em novembro, a cifra chegou a US$ 210 milhões. O melhor desempenho neste ano aconteceu em julho, quando a diferença chegou a US$ 298 milhões.

Principais produtos
Os principais produtos importados pelos chineses neste ano registraram grande incremento em relação a 2004. O aumento de peças para rádio foi de 149%, chegando a US$ 300 milhões. O faturamento com telas de computador, de US$ 227 milhões, foi 70,04% maior.
Já o principal item de exportação, a soja, com US$ 1,5 bilhão, apresentou queda de 2,5% em comparação com os dez primeiros meses do ano passado. Minério de ferro, segundo produto na lista de mais vendidos, teve crescimento, mas mais modesto do que os importados: 57,2%.
Com o aumento das importações da China, o Brasil reiniciou as negociações para a autolimitação de produtos daquele país.
Quando visitou a China, em setembro, o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) convidou o ministro chinês do Comércio, Bo Xilai, a visitar o Brasil para discutir o comércio bilateral e salvaguardas.
Os chineses enviaram uma comitiva, chefiada pelo vice-ministro do Comércio, Gao Hucheng, que chegou na semana passada e encerrou a missão ontem.
O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat, afirmou que a diferença entre a rodada de negociações de setembro e a encerrada agora é que hoje já há as salvaguardas regulamentadas, mas não-aplicadas, e outros casos de setores já apresentados ao governo.


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