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Ex-funcionário denuncia executivos do grupo
DA REPORTAGEM LOCAL
Gianni Grisendi, ex-presidente
da Parmalat Alimentos, e Andrea
Ventura, diretor de relações com
os investidores, devem ser convocados para prestar depoimento
hoje, às 11h, na 42ª Vara Cível de
São Paulo. Oficiais de Justiça estiveram ontem na residência de
ambos, mas não os encontraram.
Eles foram chamados para responder a uma denúncia de um
ex-funcionário da Parmalat,
Adelson Pugliese, ex-segurança
particular e motorista de Grisendi
nos anos 80. A denúncia, obtida
pela Folha, foi encaminhada à
Justiça na sexta-feira passada.
Segundo Pugliese, a empresa teria encaminhado à Receita Federal uma declaração de Imposto de
Renda (exercício 1994 e ano-base
1993) em seu nome constando o
recebimento de um rendimento
no valor de R$ 40 mil. O ex-funcionário, no entanto, nega que tenha recebido esse montante.
Análise da Receita em 2002
constatou que a assinatura do ex-funcionário na declaração, entregue em papel, é falsa. A Polícia Federal investiga o caso também.
Pugliese trabalhou na empresa
por 11 anos (de 1979 a 1984 e de
1987 a 1993) e chegou a ocupar o
cargo de gerente operacional.
"Não tenho queixa nenhuma da
empresa, só quero entender como
é que isso foi acontecer", diz.
Procurado pela reportagem,
Grisendi não foi localizado. Segundo sua assessoria de imprensa, ele está fora do Estado. Ontem
à tarde, um oficial de Justiça tentava localizar Andrea Ventura.
Até as 17h, não havia conseguido.
Os executivos só podem prestar
depoimento se intimados.
Além dos executivos, o ex-funcionário da Parmalat foi chamado
para participar do depoimento
hoje. Caso Grisendi e Ventura não
sejam citados (informados) pelos
oficiais de justiça, o depoimento
pode não ocorrer.
Nova intervenção
O juiz da 29ª Vara Cível de São
Paulo, Nuncio Theophilo Neto,
determinou ontem a criação de
um comitê para fiscalizar a Parmalat Brasil -braço operacional
do grupo. O objetivo da intervenção é a preservação das atividades
da empresa e evitar o sucateamento, segundo afirmou Neto.
Fornecedores e trabalhadores fazem parte desse comitê.
Segundo sindicalistas, as fábricas da empresa continuam com
ociosidade de até 80%.
O sindicato do setor de Jundiaí
(SP) afirmou que as unidades de
Garanhuns (PE), Santa Helena
(GO), Itaperuna (RJ) e Jundiaí estavam paradas ontem. Mas a empresa negou que Itaperuna e Garanhuns tenham interrompido as
operações ontem.
(AM)
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