São Paulo, sexta-feira, 06 de fevereiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ex-funcionário denuncia executivos do grupo

DA REPORTAGEM LOCAL

Gianni Grisendi, ex-presidente da Parmalat Alimentos, e Andrea Ventura, diretor de relações com os investidores, devem ser convocados para prestar depoimento hoje, às 11h, na 42ª Vara Cível de São Paulo. Oficiais de Justiça estiveram ontem na residência de ambos, mas não os encontraram.
Eles foram chamados para responder a uma denúncia de um ex-funcionário da Parmalat, Adelson Pugliese, ex-segurança particular e motorista de Grisendi nos anos 80. A denúncia, obtida pela Folha, foi encaminhada à Justiça na sexta-feira passada.
Segundo Pugliese, a empresa teria encaminhado à Receita Federal uma declaração de Imposto de Renda (exercício 1994 e ano-base 1993) em seu nome constando o recebimento de um rendimento no valor de R$ 40 mil. O ex-funcionário, no entanto, nega que tenha recebido esse montante.
Análise da Receita em 2002 constatou que a assinatura do ex-funcionário na declaração, entregue em papel, é falsa. A Polícia Federal investiga o caso também.
Pugliese trabalhou na empresa por 11 anos (de 1979 a 1984 e de 1987 a 1993) e chegou a ocupar o cargo de gerente operacional. "Não tenho queixa nenhuma da empresa, só quero entender como é que isso foi acontecer", diz.
Procurado pela reportagem, Grisendi não foi localizado. Segundo sua assessoria de imprensa, ele está fora do Estado. Ontem à tarde, um oficial de Justiça tentava localizar Andrea Ventura. Até as 17h, não havia conseguido. Os executivos só podem prestar depoimento se intimados.
Além dos executivos, o ex-funcionário da Parmalat foi chamado para participar do depoimento hoje. Caso Grisendi e Ventura não sejam citados (informados) pelos oficiais de justiça, o depoimento pode não ocorrer.

Nova intervenção
O juiz da 29ª Vara Cível de São Paulo, Nuncio Theophilo Neto, determinou ontem a criação de um comitê para fiscalizar a Parmalat Brasil -braço operacional do grupo. O objetivo da intervenção é a preservação das atividades da empresa e evitar o sucateamento, segundo afirmou Neto. Fornecedores e trabalhadores fazem parte desse comitê.
Segundo sindicalistas, as fábricas da empresa continuam com ociosidade de até 80%.
O sindicato do setor de Jundiaí (SP) afirmou que as unidades de Garanhuns (PE), Santa Helena (GO), Itaperuna (RJ) e Jundiaí estavam paradas ontem. Mas a empresa negou que Itaperuna e Garanhuns tenham interrompido as operações ontem. (AM)


Texto Anterior: Leite derramado: Parmalat do Brasil diz que venderá parte das unidades
Próximo Texto: Concorrência: Governo do ES entrará na Justiça contra veto
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.