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São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2003

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E AGORA?

Solução pode envolver títulos do governo

DA REDAÇÃO

A decisão da Corte Suprema colocará sobre o próximo governo a responsabilidade de encontrar uma saída para o buraco nas contas públicas que será criado com a redolarização dos depósitos.
Se for aberto precedente à decisão favorável à Província de San Luís, a estimativa da conta a pagar varia de US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões. A saída para o governo será emitir bônus (ou seja, assumir mais dívida) para pagar aos depositantes. Mais que isso: o prazo mínimo de vencimento desses bônus não poderia ser inferior a seis anos -para poderem ser absorvidos pelas combalidas finanças públicas.
Os recursos depositados em bancos pelos argentinos ficaram retidos no "corralito" no final de 2001. Ao fazer a pesificação, impôs-se aos correntistas que tinham depósitos denominados em dólares a cotação de 1,40 peso por dólar -e que o saque deveria ser feito em cotas.
Os valores que permaneceram depositados nos bancos foram corrigidos por um indicador chamado CER.
Por conta desse corretor, hoje, cada dólar teria que ser ""pesificado" com a cotação de 2,10 pesos -e não mais a 1,40 peso. O que o governo argentino fará, na realidade, será cobrir a diferença entre 2,10 pesos (o valor de um dólar corrigido pela CER) e os 3,20 pesos (a cotação média do dólar no câmbio livre).
O governo não pode emitir mais moeda para cobrir essa diferença porque significaria mais inflação. Tampouco dar papéis com prazo inferior a seis anos -não teria como honrá-los. Uma das expectativas é que parte dos poupadores mantenha os depósitos nos bancos até o valor corrigido pela CER se equiparar ao dólar livre.
Poderia ser vantajoso, pois o depositante não teria que esperar pelo vencimento de um papel com anos de prazo. Mas jogaria com a inflação e com o risco de alta do dólar. (JOSÉ ALAN DIAS)


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