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E AGORA?
Solução pode envolver títulos do governo
DA REDAÇÃO
A decisão da Corte Suprema colocará sobre o próximo governo a responsabilidade de encontrar uma saída
para o buraco nas contas públicas que será criado com a
redolarização dos depósitos.
Se for aberto precedente à
decisão favorável à Província de San Luís, a estimativa
da conta a pagar varia de
US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões. A saída para o governo será emitir bônus (ou seja, assumir mais dívida) para
pagar aos depositantes. Mais
que isso: o prazo mínimo de
vencimento desses bônus
não poderia ser inferior a
seis anos -para poderem
ser absorvidos pelas combalidas finanças públicas.
Os recursos depositados
em bancos pelos argentinos
ficaram retidos no "corralito" no final de 2001. Ao fazer
a pesificação, impôs-se aos
correntistas que tinham depósitos denominados em
dólares a cotação de 1,40 peso por dólar -e que o saque
deveria ser feito em cotas.
Os valores que permaneceram depositados nos bancos foram corrigidos por um
indicador chamado CER.
Por conta desse corretor,
hoje, cada dólar teria que ser
""pesificado" com a cotação
de 2,10 pesos -e não mais a
1,40 peso. O que o governo
argentino fará, na realidade,
será cobrir a diferença entre
2,10 pesos (o valor de um dólar corrigido pela CER) e os
3,20 pesos (a cotação média
do dólar no câmbio livre).
O governo não pode emitir
mais moeda para cobrir essa
diferença porque significaria
mais inflação. Tampouco
dar papéis com prazo inferior a seis anos -não teria
como honrá-los. Uma das
expectativas é que parte dos
poupadores mantenha os
depósitos nos bancos até o
valor corrigido pela CER se
equiparar ao dólar livre.
Poderia ser vantajoso, pois
o depositante não teria que
esperar pelo vencimento de
um papel com anos de prazo. Mas jogaria com a inflação e com o risco de alta do
dólar.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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