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Em 86, no governo José Sarney, disparo ocorria com taxa de 20%
CLAUDIO CORDEIRO
do Banco de Dados
Os brasileiros já passaram pela
experiência do gatilho com o Plano Cruzado em 86, durante o governo Sarney.
O gatilho salarial é o mecanismo
pelo qual há reajuste automático
dos salários cada vez que a inflação
atinge certo patamar.
Em março de 86, na gestão de
Dilson Funaro no Ministério da
Fazenda, o governo estabeleceu o
reajuste automático sempre que a
inflação chegasse a 20% ao ano.
Novas medidas econômicas, em
novembro de 86, mantiveram o gatilho, mas o percentual da inflação
que excedia os 20% passaria a entrar nos cálculos somente na próxima data-base de cada categoria.
No início de 87, o processo inflacionário retornou com intensidade, fazendo com que o gatilho fosse disparado mensalmente.
O gatilho foi extinto em junho de
87, com o Plano Bresser do então
ministro da Fazenda, Luiz Carlos
Bresser Pereira, hoje ministro da
Ciência e Tecnologia.
Os salários foram congelados
por três meses e passaram a ser
reajustados pela média da inflação
do último trimestre.
Em janeiro de 89, com o Plano
Verão, ocorreu a quarta mudança
de política salarial durante o governo Sarney. A nova alteração estabeleceu um sistema misto de reajustes trimestrais e gatilhos nos
meses intermediários.
O Plano Collor (90) instituiu o
reajuste salarial segundo uma inflação prefixada. Se a inflação prefixada fosse menor que a real, a diferença seria negociada entre trabalhadores e patrões.
No governo Itamar Franco, em
março de 94, salários e preços foram convertidos para URV sob a
gestão do então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso.
Já na Presidência, FHC atacou o
gatilho. Para ele, a medida é "fascista" e a política de correção salarial é "herança" do regime militar.
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