São Paulo, Sábado, 06 de Março de 1999
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Em 86, no governo José Sarney, disparo ocorria com taxa de 20%

CLAUDIO CORDEIRO
do Banco de Dados

Os brasileiros já passaram pela experiência do gatilho com o Plano Cruzado em 86, durante o governo Sarney.
O gatilho salarial é o mecanismo pelo qual há reajuste automático dos salários cada vez que a inflação atinge certo patamar.
Em março de 86, na gestão de Dilson Funaro no Ministério da Fazenda, o governo estabeleceu o reajuste automático sempre que a inflação chegasse a 20% ao ano.
Novas medidas econômicas, em novembro de 86, mantiveram o gatilho, mas o percentual da inflação que excedia os 20% passaria a entrar nos cálculos somente na próxima data-base de cada categoria.
No início de 87, o processo inflacionário retornou com intensidade, fazendo com que o gatilho fosse disparado mensalmente.
O gatilho foi extinto em junho de 87, com o Plano Bresser do então ministro da Fazenda, Luiz Carlos Bresser Pereira, hoje ministro da Ciência e Tecnologia.
Os salários foram congelados por três meses e passaram a ser reajustados pela média da inflação do último trimestre.
Em janeiro de 89, com o Plano Verão, ocorreu a quarta mudança de política salarial durante o governo Sarney. A nova alteração estabeleceu um sistema misto de reajustes trimestrais e gatilhos nos meses intermediários.
O Plano Collor (90) instituiu o reajuste salarial segundo uma inflação prefixada. Se a inflação prefixada fosse menor que a real, a diferença seria negociada entre trabalhadores e patrões.
No governo Itamar Franco, em março de 94, salários e preços foram convertidos para URV sob a gestão do então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso.
Já na Presidência, FHC atacou o gatilho. Para ele, a medida é "fascista" e a política de correção salarial é "herança" do regime militar.


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