Alan Marques - 02.fev.98/Folha Imagem

Pedro Parente, secretário-executivo do Ministério da Fazenda

LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente, pediu ontem ""paciência" à população até que seja superada a atual crise brasileira.
""As pessoas, as empresas, está todo mundo cansado, mas infelizmente nós não temos outra alternativa (o aumento nos juros). A saída para isso é um pouco mais de paciência. Eu sei, é difícil, mas temos de buscar essa paciência lá no fundo do coração. Vamos aguentar mais um período, pois nós vamos sair em uma situação muito melhor", afirmou Parente, em entrevista à Rádio Gaúcha.
""Utilizar a taxa de juros nesse momento é muito importante, mas o que é mais importante no longo prazo é termos o nosso programa fiscal aprovado. É ele que vai garantir que nós não vamos precisar ficar com a política monetária apertada. O que é importante é a taxa real de juros, ou seja, a taxa de juros, que é anunciada, menos a taxa de inflação. Em primeiro lugar, vamos ver a redução na taxa real de juros. Depois, na taxa nominal", disse Parente.
Quanto ao aumento nos preços dos combustíveis, Parente afirmou que ""nós importamos grande parte, e a importação dos combustíveis é feita em dólar. Portanto, se nós tivemos uma avaliação tão grande do dólar, precisávamos, de alguma forma, ajustar os preços dos combustíveis."
O vice-presidente da República, Marco Maciel (PFL) disse ontem, em Londrina (PR), que combater uma explosão inflacionária é a meta prioritária do governo federal.
Segundo ele, as novas medidas adotadas pelo presidente do Banco Central, Armínio Fraga, e o acerto com o Fundo Monetário Internacional irão, "junto com o ajuste fiscal, imprimir uma nova direção no combate à crise cambial".
Maciel defendeu a necessidade de o governo criar mecanismos para combater a inflação.