São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2004

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INFLAMÁVEL

Barril do petróleo segue em alta e acumula aumento de 50% em 12 meses

EUA temem falta de gasolina no verão

DA REDAÇÃO

Os atentados no Oriente Médio, região onde se concentram as maiores reservas petrolíferas do planeta, e o temor de que haja falta de gasolina nos EUA durante as férias de verão continuam a pressionar os preços do barril do petróleo. As cotações estão nos maiores níveis desde a Guerra do Golfo, há 13 anos.
O barril encerrou o dia cotado a US$ 39,57 na Bolsa Mercantil de Nova York, numa alta de 1,5% em relação ao pregão anterior. Em Londres, na Bolsa Internacional do Petróleo, o aumento foi de 2,2%, para US$ 36,72.
Os preços do petróleo nos mercados internacionais não eram tão elevados desde outubro de 1990, dois meses após a invasão do Kuait pelo Iraque. Nos últimos 12 meses, a valorização já é de quase 50%.
Um relatório divulgado ontem pela Energy Information Administration, agência ligada ao Departamento de Energia dos EUA, informou que os estoques de gasolina do país são hoje de 204 milhões de galões. Para analistas, os níveis estão baixos, e poderá haver falta do produto durante o verão, quando o consumo aumenta.
"A questão do momento é se os estoques que serão formados em maio e junho serão suficientes para suprir a demanda de julho e agosto, quando todos pegam a estrada, de férias", disse Nauman Bakarat, da corretora Refco. "A resposta no momento é "não"."
Outro problema que cada vez mais preocupa os analistas é a escalada de violência no Oriente Médio. De acordo com um relatório divulgado pelo Deutsche Bank, existe uma grande probabilidade de que terroristas ataquem as artérias de escoamento do produto da Arábia Saudita, o que afetaria as vendas do principal exportador do planeta.
"Os atentados no Oriente Médio contra instalações petrolíferas aumentaram o temor de problemas no fornecimento", disse Josh Sadler, analista do banco Societe Generale.
Ante o cenário de alta demanda e ameaças de interrupção do fornecimento, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) já acena com a possibilidade de aumentar a produção de seus membros. Segundo o presidente da Opep, Purnomo Yusgiantoro, o assunto será discutido na próxima reunião do cartel, em junho.
Outra fonte de preocupação é o novo recrudescimento de conflitos étnicos na Nigéria.


Com agências internacionais


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