São Paulo, quinta-feira, 06 de julho de 2000


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PRIVATIZAÇÃO
AGU diz que prazo foi pedido para que sejam analisadas novas alegações de Sindicato dos Bancários de SP
Ação do governo adia julgamento de liminar do Banespa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo, que sempre teve pressa na retomada do processo de venda do Banespa, resolveu pedir vista do recurso que tenta derrubar duas liminares contra a privatização, impedindo que o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidisse ontem mesmo a questão.
O pedido de vista ocorreu no início da tarde, horas depois de o advogado-geral da União, Gilmar Mendes, fazer críticas à atuação da Justiça no caso, mas o governo negou que uma coisa tenha relação com a outra.
O presidente do STJ, Paulo Costa Leite, havia anunciado que pretendia julgar o caso ontem à tarde, mas o pedido de vista provocou o adiamento da decisão para a próxima semana.

Novas alegações
Segundo a AGU (Advocacia Geral da União), o governo decidiu analisar o processo porque nos últimos dias foram anexadas novas alegações do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Mas, para rebater os novos argumentos do sindicato, a AGU poderia ter pedido vista do processo já na segunda-feira passada, poupando dois dias de atraso no processo de privatização.
O advogado dos bancários entregou suas alegações na sexta-feira passada.
O governo tem cinco dias para devolver o processo e, se resolver usar todo o prazo de direito, o julgamento das liminares só deve ocorrer na próxima terça-feira, sete dias antes do leilão do banco paulista, marcado para o próximo dia 18.

Omissão de informações
O sindicato obteve uma liminar em uma ação que sustenta que o edital de privatização omitiu informações básicas sobre o Banespa. Outra liminar foi concedida porque o Banco Central teria desrespeitado decisão judicial anterior que paralisava o processo de venda do banco.
Ontem a AGU entrou com recurso para tentar derrubar uma terceira liminar contra a venda do Banespa, obtida por um grupo de procuradores da República de Brasília.
O julgamento desse recurso também deverá levar alguns dias. Ontem o processo foi encaminhado ao Ministério Público, que tem prazo indefinido para dar seu parecer.

Concessão de prazo
Não está descartada a hipótese de o presidente do STJ conceder prazo para que os autores da ação se manifestem, a exemplo do que ocorreu na ação movida pelo sindicato.
O grupo de procuradores da República sustenta que houve irregularidades na contratação do Banco Fator para avaliar o Banespa e na transferência do seu controle acionário de São Paulo para a União.
Embora o leilão esteja marcado para 18 de julho, o Banco Central reconhece que não será mais possível cumprir o cronograma.
Já foram marcadas três datas para a privatização do banco paulista e desde o final de maio o processo está suspenso em razão de liminares.



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