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Brasil teve que reagir a "efeito tequila"
SÉRGIO LÍRIO
da Reportagem Local
Logo nos primeiros dias da crise
cambial que o México atravessou
às vésperas do Natal de 94 a única
coisa que se ouviu dos membros
da equipe econômica brasileira foi
que o caso mexicano era isolado e
nada do que estava acontecendo
iria afetar o país.
Naquele ano, o aumento do déficit nas contas correntes obrigou o
governo mexicano a liberar a cotação do peso, que sofreu desvalorização de 60% em menos de duas
semanas. Houve uma fuga de capitais e as reservas cambiais do país
caíram de US$ 24,6 bilhões para
US$ 14 bilhões. O país "quebrou"
e os investidores passaram a desconfiar da estabilidade de todos os
países da região.
Apesar do temor dos investidores, o governo brasileiro se manteve impassível. "A situação brasileira não pode ser comparada à do
México", disse então José Serra,
futuro ministro do Planejamento.
"1929 nuca mais", completou
Gustavo Franco, do BC (Banco
Central), em referência à quebra
da Bolsa de Nova York, que teve
efeitos sobre toda a economia
mundial.
O Brasil só reagiu com mais firmeza ao chamado "'efeito tequila" em 95. Entre fevereiro e abril,
várias medidas foram tomadas para evitar a fuga de capitais e conter
o crescimento do consumo e do
déficit externo.
O CMN (Conselho Monetário
Nacional) reduziu limitou as prestações e encareceu o crédito ao
consumidor. Além disso, o governo adotou o sistema de bandas
cambiais, em que o BC atuava para
o dólar flutuar numa determinada
faixa. Quando o sistema foi adotado, as reservas internacionais tinham caído de US$ 43,4 bilhões
para US$ 36 bilhões.
Intervenção dos EUA, que liderou ajuda de US$ 40 bilhões ao México, minimizou os efeitos da crise
em outros países.
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