São Paulo, domingo, 6 de julho de 1997.



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Brasil teve que reagir a "efeito tequila"

SÉRGIO LÍRIO

da Reportagem Local Logo nos primeiros dias da crise cambial que o México atravessou às vésperas do Natal de 94 a única coisa que se ouviu dos membros da equipe econômica brasileira foi que o caso mexicano era isolado e nada do que estava acontecendo iria afetar o país.
Naquele ano, o aumento do déficit nas contas correntes obrigou o governo mexicano a liberar a cotação do peso, que sofreu desvalorização de 60% em menos de duas semanas. Houve uma fuga de capitais e as reservas cambiais do país caíram de US$ 24,6 bilhões para US$ 14 bilhões. O país "quebrou" e os investidores passaram a desconfiar da estabilidade de todos os países da região.
Apesar do temor dos investidores, o governo brasileiro se manteve impassível. "A situação brasileira não pode ser comparada à do México", disse então José Serra, futuro ministro do Planejamento.
"1929 nuca mais", completou Gustavo Franco, do BC (Banco Central), em referência à quebra da Bolsa de Nova York, que teve efeitos sobre toda a economia mundial.
O Brasil só reagiu com mais firmeza ao chamado "'efeito tequila" em 95. Entre fevereiro e abril, várias medidas foram tomadas para evitar a fuga de capitais e conter o crescimento do consumo e do déficit externo.
O CMN (Conselho Monetário Nacional) reduziu limitou as prestações e encareceu o crédito ao consumidor. Além disso, o governo adotou o sistema de bandas cambiais, em que o BC atuava para o dólar flutuar numa determinada faixa. Quando o sistema foi adotado, as reservas internacionais tinham caído de US$ 43,4 bilhões para US$ 36 bilhões.
Intervenção dos EUA, que liderou ajuda de US$ 40 bilhões ao México, minimizou os efeitos da crise em outros países.



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