São Paulo, terça-feira, 06 de agosto de 2002

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Áreas de plantio de soja no norte do Brasil crescem 20% em 2003

CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Impulsionado pelo desenvolvimento de cultivares adaptadas ao clima e ao solo da região e pela aquisição de novas tecnologias, o norte do país, notadamente os Estados do Maranhão, Piauí, Tocantins e Pará, espera crescimento de 20% na área plantada de soja em 2003. Com isso, serão 470 mil hectares e uma produção estimada de 940 mil toneladas.
A previsão é da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Soja, que se reúne entre os dias 13 e 15 deste mês para apresentar, em São Pedro (SP), novas tecnologias agrícolas para o Nordeste e o Norte brasileiros.
Um dos exemplos da expansão da cultura de soja ao norte do país pode ser visto em Paragominas (PA), a 300 km de Belém. A produção subiu de 1.500 para 6.300 toneladas.
A área cultivada saltou de 700 hectares na safra 2000/2001 para 2.700 hectares neste ano, de acordo com levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Para 2003, técnicos da Embrapa estimam que sejam atingidos 5.000 hectares.
O valor é pouco expressivo quando comparado aos 3,4 milhões de hectares de soja de Mato Grosso, maior produtor do país. Entretanto já indica o potencial de desenvolvimento agrícola da região, segundo o pesquisador Jamil El-Husny, da Embrapa Amazônia Oriental.
Segundo ele, um dos principais fatores responsáveis pelo aumento de lavouras de soja no Estado é a produção de grãos em escala comercial em propriedades de médio e grande porte-de 500 ha a 1.000 ha- iniciada há cinco anos. "Essas novas propriedades são altamente mecanizadas e o fato de estarem localizadas próximo a canais de escoamento da produção, como o porto de Itaqui (MA) estimula o crescimento", afirma El-Husny.
Para o pesquisador da Embrapa Soja Dirceu Klepker, entretanto, a expansão do cultivo do grão no Pará deve diminuir o ritmo nos próximos anos. O motivo são os altos custos de abertura e manutenção de lavouras de soja no Estado. Hoje eles ficam em torno de R$ 700 por hectare. Em regiões de cerrado, como o vizinho Maranhão, que conta hoje com 244 mil ha, por exemplo, o valor pode ser até 50 % inferior.
"As plantações de soja nas áreas de floresta tropical, como no Pará, são mais difíceis. São necessários gastos mais elevados para fazer correção nutricional do solo para atender às exigências da cultura do grão", afirma.
Mas para a consultoria Companhia de Promoção Agrícola a sojicultura no Estado é promissora, já que 90% da produção é exportada e o mercado interno nos entornos da região absorve com facilidade os 10% restantes.



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