|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Áreas de plantio de soja no norte do Brasil crescem 20% em 2003
CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL
Impulsionado pelo desenvolvimento de cultivares adaptadas ao
clima e ao solo da região e pela
aquisição de novas tecnologias, o
norte do país, notadamente os Estados do Maranhão, Piauí, Tocantins e Pará, espera crescimento de
20% na área plantada de soja em
2003. Com isso, serão 470 mil hectares e uma produção estimada de
940 mil toneladas.
A previsão é da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Soja, que se reúne entre
os dias 13 e 15 deste mês para
apresentar, em São Pedro (SP),
novas tecnologias agrícolas para o
Nordeste e o Norte brasileiros.
Um dos exemplos da expansão
da cultura de soja ao norte do país
pode ser visto em Paragominas
(PA), a 300 km de Belém. A produção subiu de 1.500 para 6.300
toneladas.
A área cultivada saltou de 700
hectares na safra 2000/2001 para
2.700 hectares neste ano, de acordo com levantamento da Conab
(Companhia Nacional de Abastecimento). Para 2003, técnicos da
Embrapa estimam que sejam
atingidos 5.000 hectares.
O valor é pouco expressivo
quando comparado aos 3,4 milhões de hectares de soja de Mato
Grosso, maior produtor do país.
Entretanto já indica o potencial de
desenvolvimento agrícola da região, segundo o pesquisador Jamil El-Husny, da Embrapa Amazônia Oriental.
Segundo ele, um dos principais
fatores responsáveis pelo aumento de lavouras de soja no Estado é
a produção de grãos em escala comercial em propriedades de médio e grande porte-de 500 ha a
1.000 ha- iniciada há cinco anos.
"Essas novas propriedades são altamente mecanizadas e o fato de
estarem localizadas próximo a canais de escoamento da produção,
como o porto de Itaqui (MA) estimula o crescimento", afirma El-Husny.
Para o pesquisador da Embrapa
Soja Dirceu Klepker, entretanto, a
expansão do cultivo do grão no
Pará deve diminuir o ritmo nos
próximos anos. O motivo são os
altos custos de abertura e manutenção de lavouras de soja no Estado. Hoje eles ficam em torno de
R$ 700 por hectare. Em regiões de
cerrado, como o vizinho Maranhão, que conta hoje com 244 mil
ha, por exemplo, o valor pode ser
até 50 % inferior.
"As plantações de soja nas áreas
de floresta tropical, como no Pará,
são mais difíceis. São necessários
gastos mais elevados para fazer
correção nutricional do solo para
atender às exigências da cultura
do grão", afirma.
Mas para a consultoria Companhia de Promoção Agrícola a sojicultura no Estado é promissora, já que 90% da produção é exportada e o mercado interno nos entornos
da região absorve com facilidade os 10% restantes.
Texto Anterior: Mesmo aprovada, regra só deverá vigorar na prática em setembro Próximo Texto: Embrapa lança variedades de soja para o Pará Índice
|