DE NOVA YORK

Especialista em recrutar altos executivos, o "headhunter" Robert Wynne Parry, 38, vê razões simples para que empresas voltem a instalar sede em Nova York: é em Manhattan onde se faz e se gasta dinheiro. Parry é presidente da RWP Solutions, uma das maiores empresas do setor nos EUA. Do escritório na Madison Avenue, ele falou à Folha.  

FOLHA - O que explica a tendência das empresas de voltar a Nova York?
ROBERT WYNNE PARRY - A economia em Nova York está florescendo novamente, sobretudo depois do 11 de Setembro. O mercado de ações está em alta, e a cidade é a capital do mundo. O fator familiar também pesa. Aqui se tem melhor qualidade de vida. Os executivos precisam de acesso, estar onde as coisas acontecem nos grandes centros. É por isso que as grandes corporações estão trazendo as matrizes de volta.

FOLHA - É a preferência pessoal dos executivos que leva as empresas a decidirem onde instalar suas sedes?
PARRY - É estilo de vida. Os executivos querem ganhar dinheiro para gastar. E é difícil gastar dinheiro no Meio-Oeste, por exemplo. Além disso, a maioria das reuniões acontece na cidade, os grande negócios são fechados em Nova York, as empresas precisam de representantes aqui e é mais fácil se deslocar de Manhattan para outros centros como Londres ou São Paulo.

FOLHA - E a globalização?
PARRY - Não existe lugar mais internacional para fazer negócios do que Nova York. Na verdade, isso aqui não são os EUA. É uma coisa totalmente diferente. É um país dentro de outro. Manhattan, claro.

FOLHA - Mas a massa de trabalhadores permanece nos subúrbios...
PARRY - É mais barato manter o proletariado fora da cidade. Aluguéis, salários e impostos trabalhistas são altíssimos.

FOLHA - O 11 de Setembro não afugentou as pessoas?
PARRY - Sim e não. Muitos se mudaram após os atentados, ficaram paranóicos com o que poderia acontecer. Mas, no fim do dia, quando põem a mão no bolso e não têm dinheiro, querem voltar para ganhar mais e mais. (VQG)


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