São Paulo, sexta-feira, 06 de setembro de 2002

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CARTEL

Mundo dependerá mais da produção da Opep nas próximas décadas
A dependência mundial da produção dos países-membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) aumentará nas próximas décadas.
O cartel, que domina 28% da produção mundial e dois terços das reservas conhecidas de petróleo, pretende aumentar em 76% sua produção nas próximas duas décadas. Nesse período, a produção dos países que não integram a organização crescerá somente 18%, de acordo com estimativas da própria Opep.
Em 2020, o cartel responderá pela produção de 53 milhões de barris, exatamente a metade dos 106 milhões que se estima será a demanda diária do produto. Hoje, a demanda mundial de petróleo é de 76 milhões de barris por dia, dos quais 21,7 milhões (28,5%) saem do cartel.
Na verdade, os 21,7 milhões são uma cota estabelecida (e rateada entre os países-membros) pela Opep como política para manter os preços em níveis considerados ""razoáveis" pelos participantes da organização.
Em discurso ontem, durante o Congresso Mundial de Petróleo, no Rio, o secretário-geral da Opep, o venezuelano Álvaro Silva Calderón, afirmou que a pretensão da organização é manter os preços na próxima década dentro de uma banda de US$ 22 a US$ 28 por barril. ""Essa faixa de preços assegura a estabilidade do mercado", disse Calderón.
Para o diretor-executivo da AIE (Agência Internacional de Energia), Robert Priddle, ""estipular uma faixa de preços não corresponde às práticas de livre mercado".
""Essas práticas cartelistas prejudicam os países consumidores. No médio prazo, podem prejudicar os próprios países da Opep porque estimulam a busca por fontes alternativas de energia", disse Priddle.
(DOS ENVIADOS AO RIO E DA SUCURSAL DO RIO)

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