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CONTRAMÃO
Previsão agora é de 0,9%
Meta de crescimento de 2003 cai à metade
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em nota técnica, o Ministério
do Planejamento estimou ontem
que a economia deverá crescer
cerca de 0,9% neste ano. Isso significa dizer que, em uma semana,
a expectativa de crescimento do
PIB (Produto Interno Bruto) em
2003 caiu pela metade. Na semana passada, quando encaminhou
a proposta de Orçamento da
União para 2004 ao Congresso, o
governo ainda contava com crescimento de 1,8% do PIB neste
ano.
A nota do Planejamento foi divulgada para contestar a previsão
feita na véspera pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), subordinado ao Ministério
do Planejamento. Os pesquisadores estimaram que a economia
cresceria 0,5% em 2003.
A assessoria econômica do Planejamento projeta crescimentos
da economia no terceiro e no
quarto trimestres do ano de 1,26%
e de 3,49%, respectivamente, em
comparação com os trimestres
anteriores. As projeções da variação do PIB não levam em conta as
influências sazonais. Os números
não são suficientes, no entanto,
para reverter o desempenho ruim
do início do ano.
"A taxa de crescimento do PIB
anual ficará comprometida pelo
desaquecimento do primeiro semestre do ano, devendo situar-se
entre 0,7% e 1,1%", conclui a nota
do ministério.
As projeções da assessoria econômica do Planejamento registram nova desaceleração do crescimento nos dois primeiros trimestres de 2004. Ainda assim, a
economia cresceria no ano os
3,5% das previsões oficiais contidas no projeto de lei orçamentária
e no Plano Plurianual.
Furlan otimista
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, afirmou ontem que a pesquisa do
IBGE sobre a produção industrial
de julho (ver página anterior)
mostra que o período de baixa da
economia brasileira está acabando. "Vamos ter um último trimestre neste ano com índices positivos", afirmou.
Furlan se disse mais otimista do
que os números do IBGE. "A pesquisa é baseada em índices passados. Já a do ministério apresenta
perspectivas positivas e reais, porque temos uma ligação direta
com os setores produtivos", disse
o ministro, que participou de um
almoço com empresários na Associação Comercial do Rio.
O ministro comparou a atual situação da economia brasileira à
previsão do tempo. Para ele, as
"nuvens que pairam" sobre a economia estão se dissipando e o futuro será de "tempo bom".
"Toda previsão, até a do tempo,
depende de adversidades e coisas
boas. Para o ano que vem, a baixa
do saldo [da balança comercial]
vai depender do tempo da economia brasileira. Se ela se recuperar,
é natural que haja aumento das
importações e diminuição no superávit [comercial]."
Meta e Palmeiras
A estimativa de Furlan é que o
Brasil feche 2003 com superávit
de US$ 20 bilhões na balança comercial. "É mais fácil nós ultrapassarmos essa meta do que o
Palmeiras subir para a primeira
divisão [do Campeonato Brasileiro]", disse, provocando risos entre empresários que o assistiam.
Ele acredita que a taxa de juros
em 2004, descontada a inflação,
ficará abaixo de um dígito. "Há
um trabalho magistralmente feito
pelo ministro [da Fazenda, Antonio] Palocci [Filho], apesar das reclamações. Eu mesmo reclamo
um pouco, embora internamente,
e não pela imprensa."
Pouco antes do almoço, Furlan
participou do encerramento do
seminário "Defesa Comercial",
onde anunciou que 2004 será dedicado ao comércio interno.
"Nossa expectativa é que tenhamos um crescimento de 3% do
PIB [em 2004]", afirmou.
Colaborou a Sucursal do Rio
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