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Faltou transparência no caso das
reservas, afirmam minoritários
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A Animec (Associação Nacional
dos Investidores do Mercado de
Capitais), que defende o interesse
de acionistas minoritários, vai esperar pela apuração por parte da
CVM (Comissão de Valores Mobiliários) do procedimento da Petrobras em relação à revisão de
suas reservas de gás natural, para
definir se adotará eventuais medidas judiciais contra a estatal.
De antemão, avalia que faltou
""transparência" de parte da estatal ao divulgar a notícia.
""Por sua importância, a Petrobras precisa ter maior cuidado na
veiculação de informações", diz
Gregório Mancebo, vice-presidente da Animec. ""Podem alegar
que houve "conference call", mas a
forma não foi a mais adequada. O
mercado vive de expectativas,
tanto de baixa quanto de alta de
determinado papel", completa.
Mancebo argumenta que fora
justamente a divulgação da revisão na mídia, anteontem, que
provocou a subida de 3,47% nas
ações da Petrobras naquele dia.
Para o analista José Carlos Chedeak, diretor da AQM Consultoria, embora não tenha sido divulgado um fato relevante, a disponibilização da informação já existia.
""Podemos discutir se deveria
ter sido divulgado um fato relevante no dia. Mesmo assim, a Petrobras não negou a informação.
Estava avisado no site da empresa
havia dias sobre a conferência",
afirma. A "conference call" era
aberta a interessados que se inscreveram com antecedência no site da empresa.
Em abril passado, a Petrobras
anunciou a descoberta de um
campo de gás natural estimado, à
época, em 70 bilhões de m3. Na última sexta-feira de agosto, no entanto, durante uma "conference
call", diretores da empresa informaram que a estimativa atual do
campo é de 400 bilhões de m3 de
gás. A notícia só ganharia destaque uma semana mais tarde.
Ontem, a Petrobras enviou à
Bovespa resposta à consulta feita
acerca da disparada das ações da
empresa, na quinta-feira. Segundo a assessoria da Bovespa, todas
as vezes que determinada ação
tem oscilação brusca, o setor de
auditoria informa a área responsável pelas relações com empresas
e esta cobra esclarecimentos.
Na carta à Bovespa, cujo conteúdo é o mesmo do texto disponibilizado em seu site, a Petrobras
diz que na "conference call" os diretores ""atualizaram informações
que já haviam sido comunicadas
anteriormente ao mercado".
Dilma
A ministra Dilma Rousseff (Minas e Energia) avalia que não houve grandes problemas na divulgação pela Petrobras da triplicação
de suas reservas de gás natural
com a descoberta de Santos.
"Se a Petrobras teve algum equívoco na conduta, ela vai consertar. Agora, eu não vejo muito problema nisso. Acho que há mais
agitação do que qualquer coisa",
disse a ministra.
"A informação que nós temos é
que estava na internet, estava no
site da Petrobras", afirmou. Ela lamentou, no entanto, que não
houvesse sido publicado um fato
relevante antes. "Vazou antes de
eles publicarem fato relevante, o
que é lamentável."
Colaborou a Sucursal de Brasília
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