|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crédito depende mais da renda e do PIB
Redução da Selic foi fundamental para a expansão do crédito no país; total ao final do ano deve chegar a R$ 890 bilhões
Cadastro positivo de crédito permitirá analisar o comprometimento da renda do trabalhador com dívida
e o risco de inadimplência
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
A redução no ritmo da queda
dos juros básicos terá pequeno
impacto na expansão do crédito brasileiro. A redução dos juros teve um peso fundamental
nos últimos anos para esse
crescimento, que hoje depende
mais do aumento da renda e do
crescimento da economia.
Para Denis Blum, analista de
crédito da consultoria Tendências, a redução no ritmo de cortes não reverterá a queda nas
taxas ao consumidor, embora
possa desacelerá-la. "O crescimento dependerá do quanto da
renda do trabalhador poderá
ser comprometida com dívidas.
No caso dos aposentados, o
comprometimento hoje é de
10%. Até 30% é aceitável."
Para o final do ano, o crédito
brasileiro deve chegar perto de
R$ 890 bilhões -35% do PIB.
No ano passado, ficou em R$
732 bilhões (30,8%). Em julho
deste ano estava em R$ 813 bilhões (32,7% do PIB).
Apesar da expansão, o crédito brasileiro está longe do papel
de impulsionar o crescimento
de economias maduras como a
dos EUA (288% do PIB), segundo o banco Merrill Lynch.
O juro Selic funciona com
uma taxa mínima de captação
dos bancos. Em janeiro de
2003, quando Henrique Meirelles assumiu o BC, a Selic estava
em 25% ao ano, e os juros médios ao consumidor, em 54,2%.
Em julho deste ano, a Selic já
estava em 11,5% ao ano e a taxa
ao consumidor, em 35,9%.
"Tivemos uma mudança de
paradigma, mas, em relação ao
PIB, temos um crédito caro e
podemos crescer", disse Blum.
Já Luis Miguel Santacreu, da
Austing Rating, vê o juro ao
consumidor bastante alto. "Taxas mais baixas seriam ideais
para consolidar a expansão."
Para Gilberto Vasconcelos,
presidente da Experian, empresa que comprou a Serasa, a
diferença virá com a diminuição do risco envolvido no crédito após o cadastro positivo, que
terá dados sobre endividamento. "O trabalho de análise mudará completamente", disse.
Texto Anterior: Vinicius Torres Freire: Tiroteio na finança do mundo rico Próximo Texto: Disparada nos alimentos levam IGP-DI a registrar maior alta desde maio de 2004 Índice
|