São Paulo, quinta-feira, 06 de setembro de 2007

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Projeto de lei regulariza as centrais sindicais

Texto enviado ao Congresso pede regime de urgência

FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou ontem ao Congresso Nacional um projeto de lei em regime de urgência que legaliza e reconhece a existências das centrais sindicais. Elas deverão dividir uma bolada anual de cerca de R$ 50 milhões, referente à metade da parte do imposto sindical (um dia de trabalho por ano) que cabe ao governo.
Em solenidade com sindicalistas no Palácio do Planalto, o presidente reprovou a existência de várias centrais no país e pediu que elas se unam até formarem uma ou duas grandes entidades. "Um dia vocês vão perceber que ter seis, sete, oito centrais sindicais não leva a nada. Vocês, por experiência, vão reduzir isso. Quem sabe para uma, quem sabe para duas centrais", afirmou.
Apesar da bronca, Lula assegurou que o governo não tomará nenhuma medida para coibir o funcionamento e o surgimento das centrais. "Obviamente, como governo, não faremos um movimento [para reduzir as centrais]. São vocês que têm o direito e a obrigação de saber como se organizam."
Para o presidente, que foi um dos fundadores da CUT (Central Única dos Trabalhadores), as centrais vivem hoje uma situação insólita.
"O governo sabe que elas existem, o Ministério do Trabalho sabe que elas existem, os empresários reconhecem no processo de negociação as centrais sindicais, a polícia sabe que as centrais existem. Todo mundo sabe, mas elas funcionam quase como se fossem entidades clandestinas."
Em entrevista após o evento, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou que o dinheiro será dividido de maneira igual entre as centrais, que ele previu que serão seis ou sete. "Vai dar algo entre R$ 700 mil e R$ 800 mil mensais para cada central", afirmou Lupi.
A medida foi bem recebida por sindicalistas presentes. "Hoje concretizamos um sonho, uma bandeira. A mudança da estrutura sindical brasileira é defendida pela CUT há muitos anos", disse Artur Henrique, presidente da central. O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, que também é deputado federal pelo PDT, disse que era "um dia histórico" para os trabalhadores.


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