|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Projeto de lei regulariza as centrais sindicais
Texto enviado ao Congresso pede regime de urgência
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou ontem ao
Congresso Nacional um projeto de lei em regime de urgência
que legaliza e reconhece a existências das centrais sindicais.
Elas deverão dividir uma bolada anual de cerca de R$ 50 milhões, referente à metade da
parte do imposto sindical (um
dia de trabalho por ano) que cabe ao governo.
Em solenidade com sindicalistas no Palácio do Planalto, o
presidente reprovou a existência de várias centrais no país e
pediu que elas se unam até formarem uma ou duas grandes
entidades. "Um dia vocês vão
perceber que ter seis, sete, oito
centrais sindicais não leva a nada. Vocês, por experiência, vão
reduzir isso. Quem sabe para
uma, quem sabe para duas centrais", afirmou.
Apesar da bronca, Lula assegurou que o governo não tomará nenhuma medida para coibir
o funcionamento e o surgimento das centrais. "Obviamente,
como governo, não faremos um
movimento [para reduzir as
centrais]. São vocês que têm o
direito e a obrigação de saber
como se organizam."
Para o presidente, que foi um
dos fundadores da CUT (Central Única dos Trabalhadores),
as centrais vivem hoje uma situação insólita.
"O governo sabe que elas
existem, o Ministério do Trabalho sabe que elas existem, os
empresários reconhecem no
processo de negociação as centrais sindicais, a polícia sabe
que as centrais existem. Todo
mundo sabe, mas elas funcionam quase como se fossem entidades clandestinas."
Em entrevista após o evento,
o ministro do Trabalho, Carlos
Lupi, afirmou que o dinheiro
será dividido de maneira igual
entre as centrais, que ele previu
que serão seis ou sete. "Vai dar
algo entre R$ 700 mil e R$ 800
mil mensais para cada central",
afirmou Lupi.
A medida foi bem recebida
por sindicalistas presentes.
"Hoje concretizamos um sonho, uma bandeira. A mudança
da estrutura sindical brasileira
é defendida pela CUT há muitos anos", disse Artur Henrique, presidente da central. O
presidente da Força Sindical,
Paulo Pereira da Silva, que também é deputado federal pelo
PDT, disse que era "um dia histórico" para os trabalhadores.
Texto Anterior: Sem reforma, país cresce menos de 5%, vê consultoria Próximo Texto: Previdência: Contribuição patronal pode cair para 10% Índice
|