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Controle do câmbio
divide economistas
da Reportagem Local
Tentar estabelecer o controle do
câmbio desgastaria a credibilidade
do país no exterior. A opinião é do
ex-ministro Delfim Netto, para
quem isso "aumentaria a desconfiança do investidor".
Com a medida, o governo estaria
decidindo quem pode e quem não
pode trocar seus reais por dólares.
"Lá fora, essa restrição é entendida como uma quebra de contrato", afirma Luciano Coutinho.
Na opinião do economista Aloizio Mercadante, do PT, qualquer
medida traz um risco embutido.
"Mas é melhor correr o risco que
não fazer nada", diz ele.
Mercadante defende a liderança
do Brasil na coordenação de políticas de controle cambial na América Latina, principalmente junto
aos países do Mercosul.
"Uma ação coordenada fortaleceria a capacidade desses países
em enfrentar a crise mundial."
Guido Mantega, que concorda
com seu colega de partido, não especifica que operações deveriam
sofrer controle cambial durante o
período de turbulência. Fora da
crise, é enfático: "Todos os capitais de curto prazo".
Luiz Gonzaga Belluzzo, outro
partidário do controle cambial,
considera difícil definir o momento da crise em que se deve aplicar a
medida.
"O uso do controle cambial só
deve começar quando for diagnosticado que não haverá chances
de os investidores voltarem ao
país", avalia Belluzzo.
Na opinião do economista, já seria a hora de agir.
Belluzzo começaria restringido a
saída de dólares levado por turistas ao exterior. Atualmente, os
brasileiros que vão visitar outros
países deixam cerca de US$ 4,4 bilhões ao ano.
Controle disfarçado
No mercado, comenta-se que o
governo poderia taxar as operações de câmbio no mercado flutuante. É uma forma de punir
quem quer trocar reais por dólar.
Não seria um controle formal,
mas poderia desestimular as operações de quem está atrás de melhor rentabilidade no exterior.
Mas, para o investidor temeroso
de uma crise cambial, a medida
poderia ser ineficaz.
(AS e SQ)
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