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ANO DO DRAGÃO
Alta dos combustíveis influi; tomate está 45% acima do normal
Preço de hortifrúti sobe com dólar
JOSÉ SERGIO OSSE
DA REPORTAGEM LOCAL
Os preços de produtos hortifrutis em São Paulo chegaram a subir
entre 15% e 20% nas últimas semanas. O repique de preços, que
foi apenas em parte influenciado
pela breve estiagem nas regiões
produtoras do Estado, já está quase superado, segundo a Ceagesp
(Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo).
De acordo com Flávio Luís Godas, economista da Ceagesp, cerca de 80% dos preços desses produtos já voltaram a seus patamares normais para a época. Segundo ele, são poucos os produtos
que ainda estão acima de seus
preços normais.
O motivo para esses aumentos,
de acordo com o economista da
Ceagesp é, na verdade, uma conjunção de fatores. Segundo Godas, além da estiagem, o período
de entressafra de alguns produtos, o aumento do dólar e o aumento na gasolina influenciaram
na alta dos produtos.
O efeito do fim da safra já era esperado pelo mercado. Já a estiagem foi fraca e insuficiente para
prejudicar a produção e influenciar os preços. O que realmente
contou para o aumento, afirma
ele, foram a alta do dólar -que
encareceu alguns insumos químicos usados nas plantações- e a
dos combustíveis -que deixou
mais caro o frete dos produtos até
os centros de distribuição.
A pior situação é a do tomate,
cujo preço está 45% acima do
normal para a época. Na Ceagesp,
a caixa de 22 kg do produto é vendida a R$ 32, sendo que, normalmente, neste período do ano, deveria custar R$ 22.
A situação é a mesma no Mercado Municipal Paulistano, o "mercadão". Lá, a mesma caixa de tomate é vendida por R$ 35, contra
os R$ 22 que custaria normalmente nesta época.
"Além do mais, é difícil conseguir tomate bom. Todos os que
vieram ainda estão verdes. Os maduros estavam ainda mais caros
no atacadista", diz Damião de Oliveira, verdureiro no "mercadão".
O dólar alto não influenciou os
preços apenas encarecendo a produção. Por causa da alta da moeda norte-americana, produtos
importados, principalmente frutas, também estão mais caros para
o consumidor. "A caixa de dez
quilos de kiwi, por exemplo, está
custando R$ 70. Nessa mesma
época no ano passado, custava R$
35", diz Roberto Pereira, fruteiro
do "mercadão".
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