São Paulo, quarta-feira, 06 de novembro de 2002

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ANO DO DRAGÃO

Alta dos combustíveis influi; tomate está 45% acima do normal

Preço de hortifrúti sobe com dólar

JOSÉ SERGIO OSSE
DA REPORTAGEM LOCAL

Os preços de produtos hortifrutis em São Paulo chegaram a subir entre 15% e 20% nas últimas semanas. O repique de preços, que foi apenas em parte influenciado pela breve estiagem nas regiões produtoras do Estado, já está quase superado, segundo a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo).
De acordo com Flávio Luís Godas, economista da Ceagesp, cerca de 80% dos preços desses produtos já voltaram a seus patamares normais para a época. Segundo ele, são poucos os produtos que ainda estão acima de seus preços normais.
O motivo para esses aumentos, de acordo com o economista da Ceagesp é, na verdade, uma conjunção de fatores. Segundo Godas, além da estiagem, o período de entressafra de alguns produtos, o aumento do dólar e o aumento na gasolina influenciaram na alta dos produtos.
O efeito do fim da safra já era esperado pelo mercado. Já a estiagem foi fraca e insuficiente para prejudicar a produção e influenciar os preços. O que realmente contou para o aumento, afirma ele, foram a alta do dólar -que encareceu alguns insumos químicos usados nas plantações- e a dos combustíveis -que deixou mais caro o frete dos produtos até os centros de distribuição.
A pior situação é a do tomate, cujo preço está 45% acima do normal para a época. Na Ceagesp, a caixa de 22 kg do produto é vendida a R$ 32, sendo que, normalmente, neste período do ano, deveria custar R$ 22.
A situação é a mesma no Mercado Municipal Paulistano, o "mercadão". Lá, a mesma caixa de tomate é vendida por R$ 35, contra os R$ 22 que custaria normalmente nesta época.
"Além do mais, é difícil conseguir tomate bom. Todos os que vieram ainda estão verdes. Os maduros estavam ainda mais caros no atacadista", diz Damião de Oliveira, verdureiro no "mercadão".
O dólar alto não influenciou os preços apenas encarecendo a produção. Por causa da alta da moeda norte-americana, produtos importados, principalmente frutas, também estão mais caros para o consumidor. "A caixa de dez quilos de kiwi, por exemplo, está custando R$ 70. Nessa mesma época no ano passado, custava R$ 35", diz Roberto Pereira, fruteiro do "mercadão".


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