São Paulo, Segunda-feira, 06 de Dezembro de 1999


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Republic descarta máfia russa

MARCIO AITH
de Washington

A diretoria do Republic National Bank of New York, banco fundado por Edmond Safra, informou ontem, por meio da porta-voz da instituição, que o suposto envolvimento da máfia russa na morte do banqueiro "é pura especulação".
Melissa Krantz, porta-voz do banco, disse à Folha que Safra não vinha sofrendo ameaças e que o envolvimento da máfia russa no crime já teria sido refutado pela própria polícia de Mônaco, que investiga o caso.
"Sabemos que o chefe de polícia, questionado numa entrevista, deu uma gargalhada e disse que essa hipótese é absurda. As investigações estão em andamento e não existe nenhuma indicação nesse sentido", afirmou Melissa. "Além disso, familiares próximos a ele me disseram que Safra não vinha sofrendo ameaças."
Melissa não quis comentar a colaboração de Safra na investigação de lavagem de dinheiro proveniente de atividades criminosas russas.
Desde a segunda metade de 1998, o banco de Safra mandou fechar contas suspeitas e prestou informações para que o FBI desvendasse uma rede de lavagem de dinheiro sujo da Rússia por meio de bancos dos EUA.
Parte dessa colaboração está registrada em documentos num comitê do Senado dos EUA que investigou o sistema financeiro dos EUA, mas que teve como foco outro fato, a participação do Citigroup na lavagem de dinheiro de Raul Salinas, irmão do ex-presidente mexicano Carlos Salinas.

Venda garantida
Melissa disse ainda que a compra dos grupos financeiros de Safra pelo banco inglês HSBC está "caminhando conforme o cronograma" e deverá ser fechada até o final do ano. O HSBC havia concordado em comprar os grupos por pouco menos de US$10 bilhões. Essa transação deverá ser analisada hoje pelo Fed (Federal Reserve), banco central dos EUA.
Segundo um advogado especializado em direito bancário de Nova York ouvido pela Folha, uma negociação como a que foi feita pelo HSBC com Safra provavelmente previu o que ocorreria com a transação na eventualidade da morte do banqueiro. Esse advogado, que prestou serviços para o banco de Safra, afirmou que, caso essa previsão não conste do contrato, a venda para o HSBC certamente atrasará por questões legais. Krantz disse não saber se a previsão constava ou não do contrato. A diretoria dos grupos financeiros de Safra sugeriu ontem aos funcionários que prestassem, individualmente, homenagens ao banqueiro morto.




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