São Paulo, Segunda-feira, 06 de Dezembro de 1999


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EXPORTAÇÕES
Celulose foi beneficiada
Empresas capitalizam mudança da moeda

da Redação

Alguns dos setores bilionários do Brasil estão conseguindo aproveitar a desvalorização do real para aumentar sua inserção internacional e injetar sangue novo nos negócios.
O setor de papel e celulose foi um dos mais beneficiados com a desvalorização da moeda brasileira, pois exporta bastante e os preços internacionais estão subindo. Segundo Paulo Feldmann, sócio da consultoria Ernst & Young, os maiores grupos estão fazendo planos de investimento a longo prazo e procurando parceiros internacionais para aumentar a competitividade.
"A Klabín, por exemplo, fez uma parceria com a Kimberly-Clark e a Odebrecht fez uma aliança com a sueca Stora Enson", diz Feldmann, que indica o setor como um dos que deve apostar em suas vantagens competitivas e exportar mais. O segmento deve fechar o ano com vendas de US$ 7 bilhões, sendo 20% destinados à exportação.
Outros setores que crescerão em 99 são o financeiro, construção, siderurgia e minério.
Uma das falhas dos exportadores brasileiros é não construir suas marcas, segundo o estudo da Ernst & Young. "Somos o grande exportador de suco de laranja. Mas o nosso produto chega aos Estados Unidos sem marca e termina em uma garrafa com rótulo norte-americano. Perdemos aí boa parte do nosso valor", diz Feldmann.
A Embraer é um exemplo positivo que une desvalorização do real, marca forte e produto de alta tecnologia. "Deveríamos ter mais empresas com esse mote", diz.
A Embraer desbancou a liderança de exportações da Companhia Vale do Rio Doce pela primeira vez em setembro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento. A empresa exportou até setembro US$ 1,23 bilhão. O resultado foi 53% maior do que o do mesmo período de 98.
Enquanto as exportações brasileiras engatinhavam no início do ano, diante da desvalorização do real, as Bolsas registraram o primeiro reflexo desse novo momento econômico.
As ações de empresas ligadas à exportação reagiram da noite para o dia, com a possibilidade de as vendas ao exterior aumentar.
No entanto, a balança comercial brasileira deve fechar o ano com déficit de mais de US$ 1 bilhão, segundo estimativas do Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Indústria. O valor nem passa perto da previsão de US$ 11 bilhões de superávit que consta do acordo com o Fundo Monetário Internacional. (CL)




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