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EXPORTAÇÕES
Celulose foi beneficiada
Empresas capitalizam mudança da moeda
da Redação
Alguns dos setores bilionários
do Brasil estão conseguindo aproveitar a desvalorização do real para aumentar sua inserção internacional e injetar sangue novo nos
negócios.
O setor de papel e celulose foi
um dos mais beneficiados com a
desvalorização da moeda brasileira, pois exporta bastante e os preços internacionais estão subindo.
Segundo Paulo Feldmann, sócio
da consultoria Ernst & Young, os
maiores grupos estão fazendo
planos de investimento a longo
prazo e procurando parceiros internacionais para aumentar a
competitividade.
"A Klabín, por exemplo, fez
uma parceria com a Kimberly-Clark e a Odebrecht fez uma
aliança com a sueca Stora Enson",
diz Feldmann, que indica o setor
como um dos que deve apostar
em suas vantagens competitivas e
exportar mais. O segmento deve
fechar o ano com vendas de US$ 7
bilhões, sendo 20% destinados à
exportação.
Outros setores que crescerão
em 99 são o financeiro, construção, siderurgia e minério.
Uma das falhas dos exportadores brasileiros é não construir
suas marcas, segundo o estudo da
Ernst & Young. "Somos o grande
exportador de suco de laranja.
Mas o nosso produto chega aos
Estados Unidos sem marca e termina em uma garrafa com rótulo
norte-americano. Perdemos aí
boa parte do nosso valor", diz
Feldmann.
A Embraer é um exemplo positivo que une desvalorização do
real, marca forte e produto de alta
tecnologia. "Deveríamos ter mais
empresas com esse mote", diz.
A Embraer desbancou a liderança de exportações da Companhia Vale do Rio Doce pela primeira vez em setembro, segundo
dados da Secretaria de Comércio
Exterior, do Ministério do Desenvolvimento. A empresa exportou
até setembro US$ 1,23 bilhão. O
resultado foi 53% maior do que o
do mesmo período de 98.
Enquanto as exportações brasileiras engatinhavam no início do
ano, diante da desvalorização do
real, as Bolsas registraram o primeiro reflexo desse novo momento econômico.
As ações de empresas ligadas à
exportação reagiram da noite para o dia, com a possibilidade de as
vendas ao exterior aumentar.
No entanto, a balança comercial
brasileira deve fechar o ano com
déficit de mais de US$ 1 bilhão, segundo estimativas do Ministério
do Desenvolvimento, Comércio e
Indústria. O valor nem passa perto da previsão de US$ 11 bilhões
de superávit que consta do acordo
com o Fundo Monetário Internacional.
(CL)
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