São Paulo, quinta-feira, 06 de dezembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para indústria, Copom reflete "mesmice"

DA REPORTAGEM LOCAL

Indústria, comércio e centrais sindicais avaliam que a decisão de manter a atual taxa de juros em 11,25% ao ano reflete a "mesmice" do Copom, já era esperada e vai comprometer o crescimento da economia no próximo ano. Para empresários e trabalhadores, o governo precisa retomar o corte de juros no início de 2008.
"Com o crescimento constante da atividade econômica, inclusive na área da indústria de transformação, a atitude tomada pelo Banco Central hoje [ontem] já era esperada. Nem poderíamos imaginar uma tomada de posição diferente de seus dirigentes", afirma a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Armando Monteiro Neto, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), afirma que o governo precisa retomar a redução dos juros nos primeiros meses de 2008. "Essa decisão era esperada em razão da manifestação do BC de interromper a trajetória de queda dos juros em outubro último."
Segundo Monteiro Neto, as expectativas em relação à inflação atual e futura são favoráveis. Por isso, "os temores sobre uma eventual disseminação dos aumentos de preços pontuais não se confirmaram".
A Fecomercio SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) considerou como a "repetição de um equívoco" a manutenção da Selic em 11,25% ao ano.
"Quando o Copom decidiu interromper o ciclo de reduções da taxa básica na reunião anterior, tivemos a esperança de que fosse um episódio isolado. Lamentavelmente para o setor produtivo, o erro se repete e terá reflexos negativos sobre as perspectivas de crescimento da economia em 2008", diz Abram Szajman, presidente da entidade.
Para Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo, a decisão de manter inalterada a Selic "atendeu às expectativas do mercado financeiro, mas decepcionou os empresários".
Na Força Sindical, a decisão foi considerada "nefasta" e "extremamente perversa". "Com esse patamar de juros, a decisão compromete o crescimento da economia no primeiro semestre de 2008. Isso porque cada decisão do BC leva vários meses para produzir resultados concretos e positivos na economia", disse Paulo Pereira da Silva, presidente da central.


Texto Anterior: Incerteza reduz ataques à política de juros
Próximo Texto: Centrais pedem a Lula redução de jornada
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.