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Para indústria, Copom reflete
"mesmice"
DA REPORTAGEM LOCAL
Indústria, comércio e centrais sindicais avaliam que a
decisão de manter a atual taxa de juros em 11,25% ao ano
reflete a "mesmice" do Copom, já era esperada e vai
comprometer o crescimento
da economia no próximo
ano. Para empresários e trabalhadores, o governo precisa retomar o corte de juros
no início de 2008.
"Com o crescimento constante da atividade econômica, inclusive na área da indústria de transformação, a
atitude tomada pelo Banco
Central hoje [ontem] já era
esperada. Nem poderíamos
imaginar uma tomada de posição diferente de seus dirigentes", afirma a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Armando Monteiro Neto,
presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria),
afirma que o governo precisa
retomar a redução dos juros
nos primeiros meses de
2008. "Essa decisão era esperada em razão da manifestação do BC de interromper
a trajetória de queda dos juros em outubro último."
Segundo Monteiro Neto,
as expectativas em relação à
inflação atual e futura são favoráveis. Por isso, "os temores sobre uma eventual disseminação dos aumentos de
preços pontuais não se confirmaram".
A Fecomercio SP (Federação do Comércio do Estado
de São Paulo) considerou como a "repetição de um equívoco" a manutenção da Selic
em 11,25% ao ano.
"Quando o Copom decidiu
interromper o ciclo de reduções da taxa básica na reunião anterior, tivemos a esperança de que fosse um episódio isolado. Lamentavelmente para o setor produtivo, o erro se repete e terá reflexos negativos sobre as
perspectivas de crescimento
da economia em 2008", diz
Abram Szajman, presidente
da entidade.
Para Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo, a decisão
de manter inalterada a Selic
"atendeu às expectativas do
mercado financeiro, mas decepcionou os empresários".
Na Força Sindical, a decisão foi considerada "nefasta"
e "extremamente perversa".
"Com esse patamar de juros,
a decisão compromete o
crescimento da economia no
primeiro semestre de 2008.
Isso porque cada decisão do
BC leva vários meses para
produzir resultados concretos e positivos na economia",
disse Paulo Pereira da Silva,
presidente da central.
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