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Vendas de álcool no país batem recorde neste ano
Comercialização do combustível aumentou 86,6% em relação ao ano passado
Vendas de óleo diesel e de GNV (gás para veículos) também cresceram, e consumo de gasolina deve se estabilizar até 2010
RAQUEL ABRANTES
DA SUCURSAL DO RIO
O álcool combustível registrou recorde de vendas neste
ano: 5,291 bilhões de litros
-aumento de 86,6% em relação a 2006. De todo o álcool
consumido no país, 60% são
comprados nos postos do Estado de São Paulo.
As associadas ao Sindicom
(Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes) venderam 72 bilhões de litros de
combustíveis neste ano, 10%
mais do que em 2006. Essas
empresas representam 75% do
mercado brasileiro, que pode
ter crescido 5%, segundo o vice-presidente executivo da entidade, Alisio Vaz.
"Até 2010, imaginamos que
ocorra a estabilização do consumo de gasolina. A partir daí,
poderá haver queda. O álcool
está cada vez mais competitivo
e, até o início do ano, 30% dos
donos de carro flex nunca tinham usado o combustível, o
que deve ter mudado com o
combate à adulteração", disse o
executivo do Sindicom, entidade que reúne 19 mil postos com
as bandeiras das empresas e
2.300 lojas de conveniência.
Vaz acredita no potencial
crescente do consumo de álcool em 2008, já que 85% dos
veículos vendidos atualmente
são "flex-fuel" (bicombustíveis). A entidade avalia que o
mercado efetivo de álcool tenha crescido 28% em 2007.
O crescimento da venda de
óleo diesel também foi significativo, de 7,4% neste ano,
acompanhando a recuperação
da agricultura. Em 1º de janeiro, quando todo o diesel do Brasil deverá ter 2% de biodiesel,
serão produzidos 840 milhões
de litros deste último.
A distribuição de gasolina subiu 3,7%, para 18,98 milhões de
litros. Apesar dos problemas
recentes no fornecimento de
gás natural, a venda de GNV
(gás natural veicular) registra
alta de 12,5% em 2007, para
1,33 bilhão de metros cúbicos.
"A partir de agora, o consumo de GNV deve ficar estagnado, mas não deve cair", diz Vaz.
Para 2008, a expectativa do
Sindicom é que a intensidade
do crescimento geral de vendas
do mercado seja menor e fique
um pouco acima do incremento da economia, em torno dos
5%, influenciado também pelo
aumento da renda média.
Controle de qualidade
Um dos grandes avanços com
relação ao controle de qualidade dos combustíveis foi o aprimoramento na regulamentação. A resolução nº 7/2007 da
ANP (Agência Nacional do Petróleo) proibiu que as distribuidoras vendessem combustíveis
a postos de outras bandeiras e
limitou a venda entre distribuidoras a 5% do total comercializado.
"Desde 2000, o posto que ostenta uma marca já não pode
comprar combustível de outra
distribuidora. Mas, quando a
ANP flagrava a situação, a distribuidora não era punida. Agora, houve uma moralização do
mercado. A venda entre distribuidoras também permitia repassar a responsabilidade sobre o ICMS", explicou Vaz.
Com ações de repressão a irregularidades em São Paulo
desde abril, as margens das distribuidoras com a venda de álcool hidratado deixaram de ser
negativas em maio e voltaram a
gerar ganhos até novembro,
quando o preço do produto subiu. "Temos certeza de que ainda há álcool sonegado em SP,
mas muito menos do que em
2006", observa Vaz.
Entre as propostas do Sindicom para 2008 estão a concentração da tributação do álcool
no produtor, como já ocorre
com a gasolina e o diesel, e da
arrecadação no agente que dispõe de ativos para garantir o recolhimento. Em um primeiro
momento, do PIS/Cofins.
O Sindicom também sugere a
uniformização das alíquotas do
ICMS, já que as diferenças entre os Estados facilitam a sonegação, e a criação, pela ANP, de
um novo agente comercializador do álcool na BM&F, para
transformar o combustível em
commodity.
"Já existe uma proposta de
adequação da negociação internacional do álcool, que deve ser
aprovada até o final deste ano
para ser implementada em
2008", informou Vaz.
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