São Paulo, sexta-feira, 07 de abril de 2000


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MERCADO FINANCEIRO

Falta de dinheiro puxa juros futuros

da Reportagem Local

Os juros projetados no mercado futuro registraram ontem pequena alta. Nos contratos negociados na BM&F, o DI de outubro -o mais negociado do mercado- ficou em 19,01%, contra 18,45% do ajuste de quarta-feira.
Segundo José Cândido de Melo, gerente de câmbio e renda fixa do Banco Tendência, esse movimento de alta deve ter sido provocado pela falta de liquidez no mercado, ou seja, pela escassez de dinheiro em circulação.
Quanto menor o montante de dinheiro em circulação, maior as taxas de juros praticadas.
Numa tentativa de aumentar a liquidez do mercado, o Banco Central chegou a intervir, emprestando recursos para instituições financeiras a uma taxa de juros de 18,68%, com vencimento na próxima terça-feira.
Cândido de Melo diz que o aumento de ontem foi um "ajuste técnico", pois os juros, no mercado futuro, vinham apresentando tendência de queda já há algumas semanas, chegando a ficar abaixo de 18% ao ano.
O analista ressalta que o mercado continua a esperar reduções nas taxas básicas ao longo do ano.
Na Bovespa, o dia foi de recuperação, depois da turbulência registrada nas Bolsas norte-americanas no início da semana. O Ibovespa fechou em alta de 2,58%, voltando a ultrapassar os 17 mil pontos.
O volume de negócios foi alto, totalizando R$ 816,487 milhões. Na opinião de José Osvaldo Morales Jr., da corretora Novinvest, a grande quantidade de negócios é reflexo da proximidade do vencimento do Ibovespa futuro (no próximo dia 12) e, principalmente, das opções (no dia 17).
"Com a forte baixa dos últimos dias, muitas opções "viraram pó'", afirma.
Até o vencimento, o titular das opções tem o direito de decidir se compra ou não as ações pelo preço prefixado. Com a mudança brusca na cotação das ações, esses preços prefixados acabaram ficando defasados.
Agora, os "comprados" tentam puxar para cima o valor das ações no mercado à vista. Até o vencimento, a disputa entre "comprados" e "vendidos" aumenta o volume de negócios e a volatilidade da Bolsa.
(NEY HAYASHI DA CRUZ)


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