São Paulo, quarta-feira, 07 de abril de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Viagem de diretor do BC a NY alimenta rumores sobre a operação; risco-país cai 4,8%, a 536 pontos

Mercado espera emissão soberana do Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

A viagem de Alexandre Schwartsman, diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, a Nova York, onde se encontrou ontem com grandes investidores e representantes de bancos, alimentou a expectativa do mercado de que o governo poderá fazer uma nova emissão de dívida.
O diretor do BC falou a economistas e diretores das principais instituições financeiras americanas sobre ajuste externo, câmbio e perspectivas econômicas.
Os participantes do encontro saíram com dúvidas a respeito de uma nova emissão no curto prazo. Acham que, talvez, o governo espere que o risco-país recue para o patamar de 500 pontos.
Ontem o risco-país brasileiro se recuperou da alta de sexta-feira e fechou em queda de 4,8%, aos 536 pontos. Todos os títulos da dívida brasileira subiram. Os C-Bonds registraram alta de 0,71%, para os US$ 0,9725.
De toda forma, a opinião geral entre eles, segundo a Folha apurou, é a de que o governo perdeu uma oportunidade de captar mais recursos no início deste ano, quando as condições do mercado estavam mais favoráveis ao Brasil.
A Folha apurou que, dentro da própria diretoria do BC, a opinião dominante é a de que condições tão favoráveis quanto as de janeiro passado, quando o governo emitiu US$ 1,5 bilhão em papéis, a uma taxa anual de 8,75% por 30 anos, não deverão se repetir tão cedo. O mercado tem a mesma percepção e, por isso, espera uma nova captação ainda neste primeiro semestre, uma vez que, a partir de julho, a expectativa é de aumento dos juros norte-americanos.
No cenário interno, a divulgação dos diferentes índices de inflação tem concentrado a atenção dos investidores nesta semana. Ontem o dia foi de calmaria, após uma segunda-feira de negócios mais animados. A Bolsa paulista fechou com pequena baixa de 0,32%, após cinco dias de alta. O dólar fechou estável, a R$ 2,876.
O mercado espera hoje a divulgação do IPCA para ajustar suas apostas em torno do rumo que a taxa básica de juros deverá tomar. O Copom (Comitê de Política Monetária) anuncia na quarta-feira da semana que vem como ficam os juros básicos da economia, atualmente em 16,25% ao ano. A expectativa é de uma redução entre 0,25 ponto percentual e 0,50 ponto percentual.
(ÉRICA FRAGA E FABRICIO VIEIRA)


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