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MERCADO FINANCEIRO
Viagem de diretor do BC a NY alimenta rumores sobre a operação; risco-país cai 4,8%, a 536 pontos
Mercado espera emissão soberana do Brasil
DA REPORTAGEM LOCAL
A viagem de Alexandre
Schwartsman, diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, a Nova York, onde se encontrou ontem com grandes investidores e representantes de bancos,
alimentou a expectativa do mercado de que o governo poderá fazer uma nova emissão de dívida.
O diretor do BC falou a economistas e diretores das principais
instituições financeiras americanas sobre ajuste externo, câmbio e
perspectivas econômicas.
Os participantes do encontro
saíram com dúvidas a respeito de
uma nova emissão no curto prazo. Acham que, talvez, o governo
espere que o risco-país recue para
o patamar de 500 pontos.
Ontem o risco-país brasileiro se
recuperou da alta de sexta-feira e
fechou em queda de 4,8%, aos 536
pontos. Todos os títulos da dívida
brasileira subiram. Os C-Bonds
registraram alta de 0,71%, para os
US$ 0,9725.
De toda forma, a opinião geral
entre eles, segundo a Folha apurou, é a de que o governo perdeu
uma oportunidade de captar mais
recursos no início deste ano,
quando as condições do mercado
estavam mais favoráveis ao Brasil.
A Folha apurou que, dentro da
própria diretoria do BC, a opinião
dominante é a de que condições
tão favoráveis quanto as de janeiro passado, quando o governo
emitiu US$ 1,5 bilhão em papéis, a
uma taxa anual de 8,75% por 30
anos, não deverão se repetir tão
cedo. O mercado tem a mesma
percepção e, por isso, espera uma
nova captação ainda neste primeiro semestre, uma vez que, a
partir de julho, a expectativa é de
aumento dos juros norte-americanos.
No cenário interno, a divulgação dos diferentes índices de inflação tem concentrado a atenção
dos investidores nesta semana.
Ontem o dia foi de calmaria, após
uma segunda-feira de negócios
mais animados. A Bolsa paulista
fechou com pequena baixa de
0,32%, após cinco dias de alta. O
dólar fechou estável, a R$ 2,876.
O mercado espera hoje a divulgação do IPCA para ajustar suas
apostas em torno do rumo que a
taxa básica de juros deverá tomar.
O Copom (Comitê de Política
Monetária) anuncia na quarta-feira da semana que vem como ficam os juros básicos da economia, atualmente em 16,25% ao
ano. A expectativa é de uma redução entre 0,25 ponto percentual e
0,50 ponto percentual.
(ÉRICA FRAGA E FABRICIO VIEIRA)
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