São Paulo, segunda-feira, 07 de abril de 2008

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Investidores reavaliam o otimismo nas Bolsas

Principal divulgação será a minuta da reunião do Fed

DA REPORTAGEM LOCAL

Após uma semana em que a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) zerou as perdas do ano, os investidores devem reavaliar se não exageraram no otimismo e se há mesmo motivos para afirmar que a crise passada no primeiro trimestre ficou para traz.
Como ainda há muita incerteza no ar, a cautela deve ditar o ritmo do negócios nesta semana, especialmente devido a uma agenda fraca de indicadores capazes de definir o rumo dos mercados.
Na semana passada, o otimismo voltou com a percepção difundida de que os principais bancos já reconheceram suas maiores perdas por conta das hipotecas de alto risco nos EUA. Apesar de pessimista quanto a uma recessão nos EUA, o discurso de Ben Bernanke, presidente do Fed [Federal Reserve, o BC dos EUA], no Congresso americano não trouxe nenhuma informação nova e ainda passou a mensagem de que "o pior já passou".
Na agenda da semana, o destaque fica para a divulgação amanhã da minuta da última reunião do Fed, que reduziu os juros americanos de 3% para 2,25% ao ano. Bernanke deve falar novamente na quarta e na quinta-feira no Congresso americano.
"A minuta da última reunião do Fed será o principal evento da semana. Entretanto, grande parte do seu conteúdo já foi de certa forma antecipado, tanto pelo comunicado da reunião, quanto pelos testemunhos de Bernanke no Congresso durante a semana passada", afirma Elson Teles, economista-chefe da corretora Concórdia.
O Banco do Japão se reúne na quarta e deve manter os juros em 0,5% no país. Na quinta, será a vez de o Banco da Inglaterra e do Banco Central Europeu definirem suas taxas de juros para abril. A expectativa é que o BC europeu mantenha os juros em 4% ao ano e que o BC britânico reduza sua taxa de 5,25% para 5%.
Na sexta, a Universidade de Michigan divulga o seu Índice de Confiança do Consumidor. Dessa vez, os economistas prevêem uma diminuição pequena na confiança do americano na economia.
"Após alguns bons indicadores e o discurso de Bernanke não trazendo novidades, os mercados tiveram uma semana mais tranqüila mesmo com a divulgação de payroll [posição de contratações] abaixo do esperado", disse Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
"A onda de alta é fruto da expectativa de que as perdas dos bancos estejam perto do fim. Outro fator que ajudou o nosso índice a decolar foi a certificação de investment grade dada ao Peru, aumentando a expectativa do Brasil receber este título ainda este ano", avalia a Coinvalores.

Brasil
No Brasil, sai na quarta o resultado de março do IPCA, índice que baliza as metas de inflação. A expectativa é que a inflação tenha ficado em 0,38% no mês passado. Em fevereiro, o IPCA havia subido 0,49%.
Qualquer variação acima dos 0,38% do IPCA em março reforçará a tese de que o Banco Central deverá aumentar o ritmo de elevação nos juros, que estão hoje em 11,25% ao ano. A maioria dos analistas fala em aumento de 0,25 ponto em abril como forma de conter a pressão inflacionária de demanda nos preços.
A FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulga hoje o IGP-DI de março, que deve apurar alta de 0,75% após a variação de 0,38% em fevereiro. Na quinta, é a vez de sair a primeira prévia de abril do IPC da Fipe. A expectativa é que fique em 0,32%.
(TONI SCIARRETTA)


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