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Investidores reavaliam o otimismo nas Bolsas
Principal divulgação será a minuta da reunião do Fed
DA REPORTAGEM LOCAL
Após uma semana em que a
Bovespa (Bolsa de Valores de
São Paulo) zerou as perdas do
ano, os investidores devem reavaliar se não exageraram no
otimismo e se há mesmo motivos para afirmar que a crise
passada no primeiro trimestre
ficou para traz.
Como ainda há muita incerteza no ar, a cautela deve ditar o
ritmo do negócios nesta semana, especialmente devido a
uma agenda fraca de indicadores capazes de definir o rumo
dos mercados.
Na semana passada, o otimismo voltou com a percepção difundida de que os principais
bancos já reconheceram suas
maiores perdas por conta das
hipotecas de alto risco nos
EUA. Apesar de pessimista
quanto a uma recessão nos
EUA, o discurso de Ben Bernanke, presidente do Fed [Federal Reserve, o BC dos EUA],
no Congresso americano não
trouxe nenhuma informação
nova e ainda passou a mensagem de que "o pior já passou".
Na agenda da semana, o destaque fica para a divulgação
amanhã da minuta da última
reunião do Fed, que reduziu os
juros americanos de 3% para
2,25% ao ano. Bernanke deve
falar novamente na quarta e na
quinta-feira no Congresso
americano.
"A minuta da última reunião
do Fed será o principal evento
da semana. Entretanto, grande
parte do seu conteúdo já foi de
certa forma antecipado, tanto
pelo comunicado da reunião,
quanto pelos testemunhos de
Bernanke no Congresso durante a semana passada", afirma
Elson Teles, economista-chefe
da corretora Concórdia.
O Banco do Japão se reúne
na quarta e deve manter os juros em 0,5% no país. Na quinta,
será a vez de o Banco da Inglaterra e do Banco Central Europeu definirem suas taxas de juros para abril. A expectativa é
que o BC europeu mantenha os
juros em 4% ao ano e que o BC
britânico reduza sua taxa de
5,25% para 5%.
Na sexta, a Universidade de
Michigan divulga o seu Índice
de Confiança do Consumidor.
Dessa vez, os economistas prevêem uma diminuição pequena
na confiança do americano na
economia.
"Após alguns bons indicadores e o discurso de Bernanke
não trazendo novidades, os
mercados tiveram uma semana
mais tranqüila mesmo com a
divulgação de payroll [posição
de contratações] abaixo do esperado", disse Júlio Martins,
diretor da Prosper Gestão de
Recursos.
"A onda de alta é fruto da expectativa de que as perdas dos
bancos estejam perto do fim.
Outro fator que ajudou o nosso
índice a decolar foi a certificação de investment grade dada
ao Peru, aumentando a expectativa do Brasil receber este título ainda este ano", avalia a
Coinvalores.
Brasil
No Brasil, sai na quarta o resultado de março do IPCA, índice que baliza as metas de inflação. A expectativa é que a inflação tenha ficado em 0,38%
no mês passado. Em fevereiro,
o IPCA havia subido 0,49%.
Qualquer variação acima dos
0,38% do IPCA em março reforçará a tese de que o Banco
Central deverá aumentar o ritmo de elevação nos juros, que
estão hoje em 11,25% ao ano. A
maioria dos analistas fala em
aumento de 0,25 ponto em
abril como forma de conter a
pressão inflacionária de demanda nos preços.
A FGV (Fundação Getúlio
Vargas) divulga hoje o IGP-DI
de março, que deve apurar alta
de 0,75% após a variação de
0,38% em fevereiro. Na quinta,
é a vez de sair a primeira prévia
de abril do IPC da Fipe. A expectativa é que fique em 0,32%.
(TONI SCIARRETTA)
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