São Paulo, sexta-feira, 07 de maio de 2004

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Analistas calculam impacto para o país

DA REPORTAGEM LOCAL

A recente turbulência internacional dos preços do petróleo tem levado analistas a calcular o impacto de uma eventual alta do preço da gasolina na inflação ao consumidor.
Em boletim publicado ontem, o banco Bradesco afirmou que uma alta de 5% no preço da gasolina para o consumidor não provocaria impacto nas projeções anuais do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), índice oficial de inflação. Já um aumento de 10% provocaria um acréscimo de 0,2 ponto percentual no índice. "A simulação demonstra que um eventual reajuste não significaria o pior dos mundos em termos de inflação anual", diz o texto do relatório.
Relatório divulgado nessa semana pela Agência Internacional do Petróleo, entretanto, afirma que a manutenção do preço do barril em patamares elevados -a agência considerou um valor máximo de US$ 35- provocaria uma queda de 0,4 ponto percentual no PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil neste ano e um impacto de dois pontos percentuais na taxa de inflação.
Para Fabiana Fantoni, da consultoria Tendências, diante das pressões da cotação do petróleo, a Petrobras deverá fazer um reajuste no preço dos combustíveis ainda neste semestre. "Esperamos um aumento que deve levar o preço da gasolina a acumular uma alta de 4,5% até o final do ano", disse. Segundo Fantoni, hoje há uma defasagem de aproximadamente 25% entre o preço praticado no mercado interno brasileiro e o preço internacional. Mas, para os analistas, a possibilidade de haver um repasse total dessa diferença é remota.
Os patamares elevados do petróleo também afetam os preços de insumos agrícolas e da indústria de plástico. O preço de resinas plásticas subiu 15,4% no primeiro trimestre deste ano, segundo o IPA (Índice de Preços por Atacado), já em decorrência da cotação do petróleo. No setor agrícola, segundo analistas, o impacto ainda não foi sentido.


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