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Analistas calculam impacto para o país
DA REPORTAGEM LOCAL
A recente turbulência internacional dos preços do petróleo tem
levado analistas a calcular o impacto de uma eventual alta do
preço da gasolina na inflação ao
consumidor.
Em boletim publicado ontem, o
banco Bradesco afirmou que uma
alta de 5% no preço da gasolina
para o consumidor não provocaria impacto nas projeções anuais
do IPCA (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo), índice oficial de inflação. Já um aumento de
10% provocaria um acréscimo de
0,2 ponto percentual no índice.
"A simulação demonstra que um
eventual reajuste não significaria
o pior dos mundos em termos de
inflação anual", diz o texto do relatório.
Relatório divulgado nessa semana pela Agência Internacional
do Petróleo, entretanto, afirma
que a manutenção do preço do
barril em patamares elevados -a
agência considerou um valor máximo de US$ 35- provocaria
uma queda de 0,4 ponto percentual no PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil neste ano e um impacto de dois pontos percentuais
na taxa de inflação.
Para Fabiana Fantoni, da consultoria Tendências, diante das
pressões da cotação do petróleo, a
Petrobras deverá fazer um reajuste no preço dos combustíveis ainda neste semestre. "Esperamos
um aumento que deve levar o preço da gasolina a acumular uma alta de 4,5% até o final do ano", disse. Segundo Fantoni, hoje há uma
defasagem de aproximadamente
25% entre o preço praticado no
mercado interno brasileiro e o
preço internacional. Mas, para os
analistas, a possibilidade de haver
um repasse total dessa diferença é
remota.
Os patamares elevados do petróleo também afetam os preços
de insumos agrícolas e da indústria de plástico. O preço de resinas
plásticas subiu 15,4% no primeiro
trimestre deste ano, segundo o
IPA (Índice de Preços por Atacado), já em decorrência da cotação
do petróleo. No setor agrícola, segundo analistas, o impacto ainda
não foi sentido.
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