São Paulo, sexta-feira, 07 de maio de 2004

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AMBEV-INTERBREW

Acordo entre cervejarias vazou, diz CVM

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Luiz Cantidiano, afirmou ontem que "houve vazamento de informações" durante a negociação que resultou na associação das cervejarias AmBev e Interbrew.
Segundo ele, pelo menos cem pessoas estavam envolvidas na operação em vários países, como México, Brasil e Estados Unidos. As declarações foram dadas em audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara para discutir o vazamento de informações.
Cantidiano disse que a AmBev anunciou em 3 de março a intenção de fazer a operação. Nos últimos dias de fevereiro, no entanto, já havia rumores no mercado sobre a associação, que foi noticiada pelos jornais no dia 1º de março.
"Mas não podemos afirmar se houve uso de informação privilegiada", declarou aos deputados. A CVM investiga o caso a pedido da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, que está entre os acionistas minoritários da AmBev.
De acordo com a entidade, a operação foi informada ao mercado de forma equivocada, o que resultou em um prejuízo potencial da ordem de R$ 700 milhões para o fundo. A AmBev rebate as acusações da Previ, embora tenha relatado à CVM o possível vazamento de informações.
O acordo entre a AmBev e a Interbrew cria a maior fabricante de cerveja do mundo, à frente da americana Anheuser-Busch. O valor do negócio é estimado em US$ 11,5 bilhões. O acerto incluiu a compra de 52,8% do capital votante da AmBev pelos belgas. A AmBev, no entanto, nega ter sido vendida -o controle da empresa seria compartilhado.


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