|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Montadoras alegam prejuízo de R$ 1,3 bi
MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Local
As quatro maiores montadoras
de automóveis do país -Volkswagen, Fiat, General Motors e Ford-
fecharam o primeiro trimestre
deste ano com um prejuízo consolidado de R$ 1,3 bilhão.
O número foi divulgado ontem
pelo presidente da Anfavea, José
Carlos Pinheiro Neto, para justificar a necessidade de aumentos nos
preços dos veículos.
De acordo com o executivo, as
quatro montadoras contrataram a
empresa de consultoria Ernst &
Young para auditar os resultados
financeiras das empresas no primeiro trimestre.
A consultoria confirma a realização do estudo sobre as montadoras, mas não deu maiores detalhes
porque o responsável pelo trabalho encontrava-se fora do país.
"No ano passado os resultados
foram negativos para a maioria das
empresas e 99 também", disse o
presidente da Anfavea.
Pinheiro Neto disse ontem que as
montadoras aceitaram reabrir negociações com o governo sobre a
continuidade da redução do IPI
dos automóveis e vão avaliar as
exigências feitas Ministério do Desenvolvimento para a retomada
das conversas.
O presidente da Anfavea, entretanto, voltou a dizer que os reajustes de preços anunciados nesta semana pelas montadoras são necessários e que não haverá recuo.
"A Anfavea está aberta para negociações, desde que os aumentos
sejam mantidos", declarou.
Pinheiro Neto disse que as montadoras encontraram dificuldades,
nos últimos dias de abril, em absorver os aumentos de preços dos
fornecedores, já que estavam proibidas de reajustar suas tabelas.
O executivo negou que as negociações com o governo já estejam
em andamento e que envolveriam
medidas para beneficiar a venda de
carros populares, que correspondem a aproximadamente 70% do
mercado.
Confiança
A reabertura de negociações entre montadoras e governo federal
foi bem recebida pelos sindicalistas. Os dirigentes, entretanto, vão
continuar promovendo protestos
contra os aumentos.
Para o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, agora é possível fechar um
acordo mantendo a redução do IPI
e garantindo empregos.
No entanto, diz o sindicalista, falta um gesto de boa vontade das
montadoras. "O governo já fez o
dele", afirmou.
O presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC (CUT), Luiz
Marinho, também ficou animado
com a retomada das negociações
entre governo e montadoras.
"Eles precisam agora aparar as
arestas, mas os trabalhadores terão
que ser envolvidos na discussão no
futuro", disse o sindicalista.
Paulinho e Marinho mantiveram
contato telefônico ontem com o secretário de Política Industrial do
Ministério do Desenvolvimento,
Hélio Mattar.
De acordo com relato dos sindicalistas, ele teria anunciado a intenção de reabrir negociações a pedido do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Texto Anterior: Governo já admite aumento de preços Próximo Texto: Preço de carro leva metalúrgicos às ruas Índice
|