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DESEMPENHO
Motivo principal é a crise internacional; Brasil vai ter retração de 2%, afirma Iglesias
Economia da América Latina não crescerá em 99, diz o BID
das agências internacionais
O presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), o uruguaio Enrique Iglesias,
disse ontem que a América Latina
deverá registrar crescimento zero
neste ano em razão da crise financeira internacional, que atingiu
com maior força o Brasil. No ano
passado, a economia latina apresentou crescimento médio de
2,2%.
De acordo com Iglesias, que participa da 5ª Cúpula Econômica do
Mercosul, em Santiago (Chile), o
BID estima que a economia brasileira terá retração de 2%, apesar
das medidas adotadas pelo governo.
Ainda segundo cálculos da instituição, somente as economias do
México e do Chile terão resultados
positivos, registrando crescimentos de 3% e 2%, respectivamente.
Pelas estimativas do BID, a América Latina só deve dar sinais de recuperação no final do segundo semestre se os EUA continuarem a
crescer de forma sustentada e as
economias asiáticas se recuperarem.
Para Iglesias, a crise econômica
brasileira ensinou aos demais países da América Latina que é preciso estruturar a macroeconomia em
bases sólidas, diversificar as pautas
de exportações e manter "uma rígida política fiscal em períodos
eleitorais".
Sem sequelas
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Felipe Lampreia,
disse ontem, em Santiago, que a
crise econômica brasileira, hoje
em fase de recuperação, não deixou sequelas catastróficas sobre o
Mercosul como se temia inicialmente.
"A situação da economia brasileira, depois da forte desvalorização do real em janeiro, não desfez
os avanços do Mercosul", disse
Lampreia, na 5ª Cúpula Econômica do Mercosul, que acontece na
capital chilena.
A conferência do Mercosul, que
termina hoje, é patrocinada pelo
Fórum Econômico Mundial, com
sede em Davos (Suíça).
Lampreia destacou o controle da
inflação no Brasil, a redução das
taxas de juros, a manutenção das
reservas internacionais em US$ 40
bilhões e a contenção do déficit fiscal como indícios de que o país está
saindo da crise.
De acordo com Lampreia, isso
terá impacto positivo na região e o
Brasil será logo um ponto de interseção do comércio da região.
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