São Paulo, Sexta-feira, 07 de Maio de 1999
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DESEMPENHO
Motivo principal é a crise internacional; Brasil vai ter retração de 2%, afirma Iglesias
Economia da América Latina não crescerá em 99, diz o BID

das agências internacionais

O presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), o uruguaio Enrique Iglesias, disse ontem que a América Latina deverá registrar crescimento zero neste ano em razão da crise financeira internacional, que atingiu com maior força o Brasil. No ano passado, a economia latina apresentou crescimento médio de 2,2%.
De acordo com Iglesias, que participa da 5ª Cúpula Econômica do Mercosul, em Santiago (Chile), o BID estima que a economia brasileira terá retração de 2%, apesar das medidas adotadas pelo governo.
Ainda segundo cálculos da instituição, somente as economias do México e do Chile terão resultados positivos, registrando crescimentos de 3% e 2%, respectivamente.
Pelas estimativas do BID, a América Latina só deve dar sinais de recuperação no final do segundo semestre se os EUA continuarem a crescer de forma sustentada e as economias asiáticas se recuperarem.
Para Iglesias, a crise econômica brasileira ensinou aos demais países da América Latina que é preciso estruturar a macroeconomia em bases sólidas, diversificar as pautas de exportações e manter "uma rígida política fiscal em períodos eleitorais".

Sem sequelas
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Felipe Lampreia, disse ontem, em Santiago, que a crise econômica brasileira, hoje em fase de recuperação, não deixou sequelas catastróficas sobre o Mercosul como se temia inicialmente.
"A situação da economia brasileira, depois da forte desvalorização do real em janeiro, não desfez os avanços do Mercosul", disse Lampreia, na 5ª Cúpula Econômica do Mercosul, que acontece na capital chilena.
A conferência do Mercosul, que termina hoje, é patrocinada pelo Fórum Econômico Mundial, com sede em Davos (Suíça).
Lampreia destacou o controle da inflação no Brasil, a redução das taxas de juros, a manutenção das reservas internacionais em US$ 40 bilhões e a contenção do déficit fiscal como indícios de que o país está saindo da crise.
De acordo com Lampreia, isso terá impacto positivo na região e o Brasil será logo um ponto de interseção do comércio da região.


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