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Oposição lança chapa contra Marinho
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho, deve ser eleito hoje presidente da CUT (Central Única dos
Trabalhadores), mesmo com a
definição de que haverá uma chapa de oposição formada por correntes ligadas à esquerda do PT e
ao PSTU. A eleição será hoje, último dia do 8º Congresso Nacional
da central.
Não houve acordo para o lançamento de uma chapa única, apesar da insistência da Articulação
Sindical, corrente majoritária que
defende o nome de Marinho à
presidência. Ontem à tarde, o movimento Fortalecer a CUT (reúne
tendências da esquerda do PT) e o
MTS (Movimento por uma Tendência Socialista, que reúne militantes do PSTU) anunciaram
uma chapa contra Marinho.
Jorge Luís Martins, representante dos sapateiros de Franca, vai
encabeçar a chapa. A oposição
pretende reunir pelo menos 20%
dos votos dos 2.735 delegados que
participam do congresso. A decisão de manter somente uma chapa de oposição também foi tomada porque a central tem regras de
proporcionalidade para indicar
sua diretoria. Se derrotada, a oposição precisa ter 20% dos votos
para poder indicar parte dos 32
sindicalistas da diretoria da CUT.
Nas votações sobre a reforma
previdenciária, que ocorreram
ontem no congresso, a Articulação Sindical venceu as propostas
dos radicais, que defendiam a retirada total do projeto do governo
para alterar a Previdência Social.
Entre as emendas aprovadas
ontem, estão a abertura permanente de negociações, o aumento
do teto dos servidores de R$ 2.400
para R$ 4.800, a manutenção da
idade mínima exigida pela atual
legislação -48 anos para mulheres e 53 anos para homens (o governo quer aumentar esse prazo
em sete anos), além de previdência complementar com fundos de
pensão públicos para quem ultrapassar o teto de R$ 4.800 (o governo propõe R$ 2.400).
As resoluções aprovadas ontem
serão levadas para o Congresso
no dia 11, quando haverá manifestação da CUT em Brasília. "Não
tenho ilusão de que vamos dobrar
o governo sem um processo de
mobilização", disse Marinho.
A CUT também deliberou ontem que vai se manter contrária à
participação do Brasil na Alca
(Área de Livre Comércio das
Américas), mas retirou de sua
pauta a realização de um plebiscito nacional sobre o tema. "Nossa
posição é não fazer um plebiscito
nesse momento enquanto não forem estabelecidas as regras de negociação", disse o presidente da
CUT, João Felício.
(VA e CR)
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