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São Paulo, sábado, 07 de junho de 2003

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Oposição lança chapa contra Marinho

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho, deve ser eleito hoje presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), mesmo com a definição de que haverá uma chapa de oposição formada por correntes ligadas à esquerda do PT e ao PSTU. A eleição será hoje, último dia do 8º Congresso Nacional da central.
Não houve acordo para o lançamento de uma chapa única, apesar da insistência da Articulação Sindical, corrente majoritária que defende o nome de Marinho à presidência. Ontem à tarde, o movimento Fortalecer a CUT (reúne tendências da esquerda do PT) e o MTS (Movimento por uma Tendência Socialista, que reúne militantes do PSTU) anunciaram uma chapa contra Marinho.
Jorge Luís Martins, representante dos sapateiros de Franca, vai encabeçar a chapa. A oposição pretende reunir pelo menos 20% dos votos dos 2.735 delegados que participam do congresso. A decisão de manter somente uma chapa de oposição também foi tomada porque a central tem regras de proporcionalidade para indicar sua diretoria. Se derrotada, a oposição precisa ter 20% dos votos para poder indicar parte dos 32 sindicalistas da diretoria da CUT.
Nas votações sobre a reforma previdenciária, que ocorreram ontem no congresso, a Articulação Sindical venceu as propostas dos radicais, que defendiam a retirada total do projeto do governo para alterar a Previdência Social.
Entre as emendas aprovadas ontem, estão a abertura permanente de negociações, o aumento do teto dos servidores de R$ 2.400 para R$ 4.800, a manutenção da idade mínima exigida pela atual legislação -48 anos para mulheres e 53 anos para homens (o governo quer aumentar esse prazo em sete anos), além de previdência complementar com fundos de pensão públicos para quem ultrapassar o teto de R$ 4.800 (o governo propõe R$ 2.400).
As resoluções aprovadas ontem serão levadas para o Congresso no dia 11, quando haverá manifestação da CUT em Brasília. "Não tenho ilusão de que vamos dobrar o governo sem um processo de mobilização", disse Marinho.
A CUT também deliberou ontem que vai se manter contrária à participação do Brasil na Alca (Área de Livre Comércio das Américas), mas retirou de sua pauta a realização de um plebiscito nacional sobre o tema. "Nossa posição é não fazer um plebiscito nesse momento enquanto não forem estabelecidas as regras de negociação", disse o presidente da CUT, João Felício.
(VA e CR)

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