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São Paulo, sábado, 07 de junho de 2003

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ÁGUIA ABATIDA

Mas, para analistas, há sinais de retomada

Desemprego norte-americano sobe para 6,1%, o maior nível em 9 anos

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

O desemprego nos EUA atingiu 6,1% no mês passado, o nível mais alto em nove anos. Mas os três principais índices da Bolsa de Nova York fecharam a semana em alta, e alguns analistas acreditam que a economia começa a dar sinais de recuperação.
Aparentemente contraditória, a reação dos mercados ao desemprego nos EUA, segundo recentes análises de operadores, vem revelando duas coisas:
1) a confiança de que as maiores empresas norte-americanas recuperam a rentabilidade perdida nos dois últimos anos;
2) um sinal de que o desemprego parou de aumentar em setores onde não há excesso de ociosidade e que não tiveram forte aumento na produtividade até o estouro da ""bolha de investimentos", no final de 2000.
Maio terminou com 9 milhões de pessoas desempregadas nos EUA. A taxa subiu de 6% para 6,1%, a maior desde abril de 1994.
No mês passado, 17 mil pessoas perderam o emprego, pouco mais da metade do que indicavam as previsões iniciais. Enquanto setores ligados aos pesados investimentos feitos até 2000 lideram as baixas, segmentos como a construção civil e serviços voltaram a empregar.
Também houve a criação de 58 mil empregos por firmas que contratam temporariamente. O indicador mostra que a atividade econômica reage, mas que empresas ainda temem contratar formalmente ou que ainda estão chamando pessoas para trabalhar somente por meio período.
Não há expectativa, no entanto, de que o emprego aumente em setores importantes como o industrial, onde se concentram as grandes companhias -que já se recuperam financeiramente.
Os ganhos das 500 maiores empresas norte-americanas cresceram 11,7% no primeiro trimestre. Foi o melhor resultado desde outubro de 2000.
Apesar do desemprego, até maior no setor industrial, os ganhos dessas empresas vêm se apoiando juntamente em folhas de pagamento mais enxutas e em um aumentos de produtividade obtidos depois dos investimentos que levaram ao estouro da ""bolha" em 2000.
Nesta semana, outro indicador também revelou um aumento na produção no setor de manufatura nos EUA (um quinto da economia) sem que fosse observado impacto na diminuição do desemprego na área.
A expectativa em relação às grandes empresas é de que primeiro elas devem recuperar a rentabilidade e pagar dívidas para, em um segundo momento, se for o caso, contratar.


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