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ÁGUIA ABATIDA
Mas, para analistas, há sinais de retomada
Desemprego norte-americano sobe para 6,1%, o maior nível em 9 anos
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
O desemprego nos EUA atingiu
6,1% no mês passado, o nível mais
alto em nove anos. Mas os três
principais índices da Bolsa de Nova York fecharam a semana em
alta, e alguns analistas acreditam
que a economia começa a dar sinais de recuperação.
Aparentemente contraditória, a
reação dos mercados ao desemprego nos EUA, segundo recentes
análises de operadores, vem revelando duas coisas:
1) a confiança de que as maiores
empresas norte-americanas recuperam a rentabilidade perdida
nos dois últimos anos;
2) um sinal de que o desemprego parou de aumentar em setores
onde não há excesso de ociosidade e que não tiveram forte aumento na produtividade até o estouro da ""bolha de investimentos", no final de 2000.
Maio terminou com 9 milhões
de pessoas desempregadas nos
EUA. A taxa subiu de 6% para
6,1%, a maior desde abril de 1994.
No mês passado, 17 mil pessoas
perderam o emprego, pouco mais
da metade do que indicavam as
previsões iniciais. Enquanto setores ligados aos pesados investimentos feitos até 2000 lideram as
baixas, segmentos como a construção civil e serviços voltaram a
empregar.
Também houve a criação de 58
mil empregos por firmas que contratam temporariamente. O indicador mostra que a atividade econômica reage, mas que empresas
ainda temem contratar formalmente ou que ainda estão chamando pessoas para trabalhar somente por meio período.
Não há expectativa, no entanto,
de que o emprego aumente em setores importantes como o industrial, onde se concentram as grandes companhias -que já se recuperam financeiramente.
Os ganhos das 500 maiores empresas norte-americanas cresceram 11,7% no primeiro trimestre.
Foi o melhor resultado desde outubro de 2000.
Apesar do desemprego, até
maior no setor industrial, os ganhos dessas empresas vêm se
apoiando juntamente em folhas
de pagamento mais enxutas e em
um aumentos de produtividade
obtidos depois dos investimentos
que levaram ao estouro da ""bolha" em 2000.
Nesta semana, outro indicador
também revelou um aumento na
produção no setor de manufatura
nos EUA (um quinto da economia) sem que fosse observado impacto na diminuição do desemprego na área.
A expectativa em relação às
grandes empresas é de que primeiro elas devem recuperar a rentabilidade e pagar dívidas para,
em um segundo momento, se for
o caso, contratar.
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