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CONCORRÊNCIA
Elizabeth Farina, indicada para presidência, defende crivo do órgão
Cade deve analisar fusão de bancos
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Indicada pelo governo para
ocupar a presidência do Cade
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica), a economista
Elizabeth Farina defendeu ontem
que a fusão de bancos passe pelo
crivo do tribunal da concorrência.
Os nomes de Farina e de outros
dois indicados para o Cade
-Luiz Carlos Prado e Ricardo
Cueva- foram aprovados ontem
pela CAE (Comissão de Assuntos
Econômicos) do Senado. As indicações agora precisam ser aprovadas em votação pelo plenário
da Casa.
"Acho importante que o Cade
se pronuncie. Sou favorável ao
Cade se posicionar sobre a concorrência no setor bancário, lembrando que a concorrência não se
dá no vácuo, no vazio. É preciso
respeitar as regras de cada setor",
disse Farina após sabatina na CAE
em que seu nome foi aprovado
para presidir o órgão.
Competente para julgar
Atualmente, há uma controvérsia sobre a competência do Cade
para analisar as fusões no sistema
financeiro.
Um parecer da AGU (Advocacia Geral da União) de abril de
2001 afirma que a atribuição é do
Banco Central. Com base nesse
parecer, as instituições não têm
submetido as operações ao Cade.
A Procuradoria Geral do Cade
acata o parecer da AGU, embora o
plenário do conselho tenha outro
entendimento. Os conselheiros
avaliam que o Cade é competente
para analisar as fusões no sistema
financeiro e tem julgado todos os
casos que chegam à autarquia.
No Congresso Nacional, existem dois projetos de lei alterando
a legislação do sistema financeiro
para incluir o Cade na análise dos
atos de concentração envolvendo
bancos.
Concentração prejudicial
Durante a sabatina na CAE, o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), afirmou
que o Cade deveria se posicionar
sobre esse assunto de forma mais
contundente.
Na opinião do senador, a grande concentração no setor bancário é um dos motivos para as altas
taxas cobradas do consumidor e
do elevado custo dos empréstimos bancários.
Diferentemente do esperado, a
CAE não sabatinou ontem o
quarto nome indicado pelo Executivo para o Cade.
O conselheiro Cleveland Prates,
indicado para recondução no cargo, deverá ser sabatinado somente na próxima sessão da comissão
-não há data marcada.
Se a próxima reunião não ocorrer antes do recesso parlamentar,
previsto para começar na semana
que vem, o cargo de Cleveland ficará vago a partir do próximo dia
17 deste mês, quando vence seu
atual mandato.
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