DA SUCURSAL DO RIO

A produção de bens intermediários -insumos usados na produção de outros bens-, que vinha impedindo uma retração maior da indústria, passou a cair com mais força nos últimos meses.
Respondendo por cerca de 60% da produção total da indústria, a categoria teve queda de 2,6% em junho na comparação com igual mês de 2002. Foi a terceira baixa seguida. No segundo trimestre, a retração ficou em 1,4%.
É que as encomendas dos setores de consumo final caíram e nem mesmo as exportações estão sustentando o nível de atividade da categoria, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Nos três primeiros meses do ano, o setor de bens intermediários havia sustentado a atividade da indústria, graças às exportações de ramos como celulose e siderurgia e ao bom desempenho de segmentos ligados ao petróleo e à agricultura. No período, a expansão foi de 4,3%. No semestre, os intermediários ainda registram alta de 1,3%.
O desempenho dos ramos exportadores desacelerou e os que são voltados para o mercado interno passaram a cair com mais intensidade. É o caso de embalagens, fiação e tecidos e plásticos.
Os bens de consumo duráveis também tiveram desempenho ruim -quedas de 4,5% no semestre e de 8,1% no segundo trimestre, na comparação com iguais períodos de 2002.
Sob efeito dos juros altos e do crédito restrito, a indústria automobilística teve retração de 11,1% no segundo trimestre, mais do que "devolvendo" a alta de 1,4% do primeiro trimestre de 2003.


Texto Anterior: Marcha lenta: Indústria está em recessão, afirma IBGE
Próximo Texto: Queda da indústria já faz Ipea prever PIB menor em 2003
Índice