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Devido à desaceleração em junho, instituto deverá reduzir a estimativa de 1,5% de crescimento da economia
Queda da indústria já faz Ipea prever PIB menor em 2003
DA SUCURSAL DO RIO
O resultado da produção industrial em junho surpreendeu especialistas, que esperavam uma
queda menor, e fez muitos deles
revisarem para baixo suas projeções para o PIB (Produto Interno
Bruto) deste ano.
O Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), órgão do
Ministério do Planejamento, informou que irá rever tanto a sua
estimativa de queda de 0,8% para
o PIB do segundo trimestre como
a de alta de 1,5% para o ano.
Segundo Paulo Levy, economista do instituto, "a desaceleração
foi mais forte do que se esperava"
e o resultado de junho indica que
a queda do PIB trimestral "será
um pouco maior".
Segundo Levy, uma recessão estaria caracterizada, se confirmada
a projeção de queda no segundo
trimestre. A discussão para ele,
porém, é infértil, pois os sinais
apontam para uma retomada já
no terceiro trimestre.
"Se ocorrer [a recessão], será
por um período muito curto. O
que provocou a queda [da atividade econômica] já mudou, que é
a política monetária", disse, em
relação à redução dos juros.
Francisco Pessoa, da consultoria LCA, diz que a queda superou
sua previsão de 0,8% -foi de
2,6% em relação a maio. Mas ele
faz a ressalva que parte da retração é atípica e se deve à menor
produção de petróleo (8,9% ante
junho de 2002), por causa da parada de plataformas para manutenção. O fato ampliou a intensidade da retração da indústria.
Segundo Juan Pedro Jensen, da
Tendências Consultoria, o impacto do petróleo foi grande. Ele explica cerca de dois terços da queda, que ficaria em torno de 1%, caso não tivesse ocorrido esse problema. Apesar disso, ele aumentou a projeção de queda do PIB
para 1,5% no segundo trimestre.
Pessoa considera "vaga" e "inútil" a discussão de se o país está
em recessão ou não. "Na verdade,
só serve para fazer críticas de ocasião ao governo. Recessão se mede pelo bem-estar da população,
pelo desemprego, pela violência e
pelo nível de atividade. Claro que
a situação é difícil, mas imagino
uma melhora a partir do terceiro
trimestre."
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