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São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2003

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Devido à desaceleração em junho, instituto deverá reduzir a estimativa de 1,5% de crescimento da economia

Queda da indústria já faz Ipea prever PIB menor em 2003

DA SUCURSAL DO RIO

O resultado da produção industrial em junho surpreendeu especialistas, que esperavam uma queda menor, e fez muitos deles revisarem para baixo suas projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) deste ano.
O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão do Ministério do Planejamento, informou que irá rever tanto a sua estimativa de queda de 0,8% para o PIB do segundo trimestre como a de alta de 1,5% para o ano.
Segundo Paulo Levy, economista do instituto, "a desaceleração foi mais forte do que se esperava" e o resultado de junho indica que a queda do PIB trimestral "será um pouco maior".
Segundo Levy, uma recessão estaria caracterizada, se confirmada a projeção de queda no segundo trimestre. A discussão para ele, porém, é infértil, pois os sinais apontam para uma retomada já no terceiro trimestre.
"Se ocorrer [a recessão], será por um período muito curto. O que provocou a queda [da atividade econômica] já mudou, que é a política monetária", disse, em relação à redução dos juros.
Francisco Pessoa, da consultoria LCA, diz que a queda superou sua previsão de 0,8% -foi de 2,6% em relação a maio. Mas ele faz a ressalva que parte da retração é atípica e se deve à menor produção de petróleo (8,9% ante junho de 2002), por causa da parada de plataformas para manutenção. O fato ampliou a intensidade da retração da indústria.
Segundo Juan Pedro Jensen, da Tendências Consultoria, o impacto do petróleo foi grande. Ele explica cerca de dois terços da queda, que ficaria em torno de 1%, caso não tivesse ocorrido esse problema. Apesar disso, ele aumentou a projeção de queda do PIB para 1,5% no segundo trimestre.
Pessoa considera "vaga" e "inútil" a discussão de se o país está em recessão ou não. "Na verdade, só serve para fazer críticas de ocasião ao governo. Recessão se mede pelo bem-estar da população, pelo desemprego, pela violência e pelo nível de atividade. Claro que a situação é difícil, mas imagino uma melhora a partir do terceiro trimestre."


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