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VIZINHOS EM CRISE
Governo Kirchner está preocupado com o volume de calçados brasileiros exportados para o país
Argentina sinaliza impor mais barreiras
CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES
O governo argentino voltou a
dar sinais ontem de que não acabou a temporada de barreiras aos
produtos brasileiros. A Secretaria
de Indústria do parceiro comercial informou que o governo está
"preocupado com o volume de
calçados que os produtores brasileiros estão enviando ao mercado
argentino".
De acordo com um membro da
Secretaria de Indústria, se não for
encontrada uma solução nas reuniões periódicas feitas com o secretário-geral do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Brasil, Marcio Fortes, o
governo argentino terá de adotar
medidas unilaterais.
Adotar medidas unilaterais significa dificultar as importações
dos sapatos brasileiros. Foi o que
fez o governo no mês passado, ao
implementar um mecanismo que
obriga os importadores argentinos de máquinas de lavar roupa a
pedir autorização prévia para
comprar o produto, um sistema
que atrasa a operação em até 60
dias e desestimula o comércio.
Esse foi o desfecho da disputa
comercial que ficou conhecida
como "Guerra das Geladeiras".
As indústrias brasileiras de refrigeradores e de fogões preferiram
fechar um acordo limitando o
embarque dos produtos nos próximos meses, negócio que consideraram melhor do que as licenças prévias.
No caso dos calçados, a preocupação dos argentinos é que, com a
chegada do verão, as exportações
brasileiras aumentem muito e ultrapassem o acordo feito entre os
setores no início do ano.
Segundo o secretário da Câmara Argentina de Produtores de
Calçados, Horácio Moschetto, o
acordo estabelece que o Brasil exporte no máximo 13 milhões de
pares de sapato neste ano.
Até junho, foram embarcados
para a Argentina 4,8 milhões de
pares. "É menos do que a metade,
mas já é 78% a mais do que foi exportado no mesmo período do
ano passado", disse Moschetto.
Sua preocupação, disse, é que a
coleção de verão, que começa a
chegar no país em setembro e, segundo ele, é o forte das vendas
brasileiras na Argentina, ultrapasse os números do acordo.
Além das barreiras e cotas adotadas para eletrodomésticos, o
governo argentino passou a cobrar imposto de importação de
21,5% para os televisores oriundos da Zona Franca de Manaus.
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