São Paulo, sábado, 07 de agosto de 2004

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Lavagna avisa que negociará dívida sem FMI

DE BUENOS AIRES

Diante da demora do FMI (Fundo Monetário Internacional) em liberar a próxima parcela do último empréstimo assinado com a Argentina, o governo do país vizinho começou a insinuar que pode continuar renegociando a dívida em moratória sem a ajuda do organismo internacional de crédito.
"Se mantivermos a confiança, a falta de acordo com o FMI não será traumática e poderemos seguir a reestruturação da dívida", disse o ministro da Economia, Roberto Lavagna.
Desde junho a Argentina aguarda a liberação de US$ 728 milhões, parte do empréstimo de US$ 13,8 bilhões assinado com o FMI em setembro do ano passado. Como o país não cumpriu todos os requisitos impostos pelo fundo, o organismo de crédito está adiando a aprovação da terceira revisão do empréstimo.
O dinheiro que a Argentina recebe do FMI é usado para pagar juros do que o país deve ao próprio fundo. A Argentina deve cerca de US$ 31 bilhões aos organismos multilaterais (FMI, Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento). Está dívida não está em moratória e o governo continua pagando os juros. A dívida que a Argentina deixou de pagar em dezembro de 2001 refere-se ao que deve a credores privados e soma mais de US$ 100 bilhões.
A estratégia do ministério é continuar buscando adesão no mercado para a proposta de pagamento da dívida a credores privados feita em junho, que prevê um desconto de 75% do valor nominal da dívida.
O problema é que o governo não esclareceu como pretende pagar as próximas parcelas de juros que deve ao fundo. Em agosto o valor do desembolso será de US$ 433 milhões e em setembro, US$ 877 milhões.
(CD)


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