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Pesquisa mostra Congresso dividido
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O plantio e a comercialização de
alimentos modificados geneticamente dividem deputados e senadores e abrem "uma fissura" na
base de apoio parlamentar do governo Lula, concluiu pesquisa intitulada "O que pensa o Congresso Nacional sobre os transgênicos", que será divulgada hoje pelo
Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos).
O Inesc é uma das organizações
não-governamentais que integram a Campanha por um Brasil
Livre de Transgênicos.
Ainda que os petistas tenham se
manifestado mais vezes contra os
transgênicos, essa posição não foi
unânime na bancada. Já no
PMDB, outro partido aliado do
Planalto, só houve pronunciamentos favoráveis à liberação dos
organismos geneticamente modificados. O PPS partiu-se ao meio.
A divisão reproduz a polêmica
sobre a liberação dos transgênicos
no governo.
Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encaminhar ao
Congresso o projeto de lei com o
destino dos transgênicos -ainda
sem data marcada-, terá de optar entre as posições antagônicas
defendidas até aqui pelos ministros Marina Silva (Meio Ambiente) e Roberto Rodrigues (Agricultura), que polarizam o debate.
Foram consultados 187 dos 584
congressistas, o equivalente a 31%
do Congresso Nacional.
Os consultados integram as comissões permanentes envolvidas
no debate dos transgênicos, um
grupo de deputados e senadores
que tende a se comportar como
formador de opinião na definição
do futuro dos organismos geneticamente modificados no país.
Dos pesquisados, só 21% dos
congressistas têm atuação no tema. Os demais se mantiveram
neutros. No item projetos apresentados, a pesquisa detectou empate entre os favoráveis e os contrários aos transgênicos.
Na tribuna, porém, houve mais
pronunciamentos contra a liberação dos organismos geneticamente modificados no primeiro
semestre da atual legislatura.
O assessor de políticas de segurança alimentar do Inesc, Edélcio
Vigna, destaca que o debate que
está definindo o novo modelo tecnológico para a agricultura mobiliza pouco o Congresso. Essa "ausência" seria o principal resultado
da pesquisa. "É um sinal de alerta", sustenta.
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