UOL


São Paulo, terça-feira, 07 de outubro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pesquisa mostra Congresso dividido

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O plantio e a comercialização de alimentos modificados geneticamente dividem deputados e senadores e abrem "uma fissura" na base de apoio parlamentar do governo Lula, concluiu pesquisa intitulada "O que pensa o Congresso Nacional sobre os transgênicos", que será divulgada hoje pelo Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos).
O Inesc é uma das organizações não-governamentais que integram a Campanha por um Brasil Livre de Transgênicos.
Ainda que os petistas tenham se manifestado mais vezes contra os transgênicos, essa posição não foi unânime na bancada. Já no PMDB, outro partido aliado do Planalto, só houve pronunciamentos favoráveis à liberação dos organismos geneticamente modificados. O PPS partiu-se ao meio.
A divisão reproduz a polêmica sobre a liberação dos transgênicos no governo.
Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encaminhar ao Congresso o projeto de lei com o destino dos transgênicos -ainda sem data marcada-, terá de optar entre as posições antagônicas defendidas até aqui pelos ministros Marina Silva (Meio Ambiente) e Roberto Rodrigues (Agricultura), que polarizam o debate.

Foram consultados 187 dos 584 congressistas, o equivalente a 31% do Congresso Nacional.
Os consultados integram as comissões permanentes envolvidas no debate dos transgênicos, um grupo de deputados e senadores que tende a se comportar como formador de opinião na definição do futuro dos organismos geneticamente modificados no país.
Dos pesquisados, só 21% dos congressistas têm atuação no tema. Os demais se mantiveram neutros. No item projetos apresentados, a pesquisa detectou empate entre os favoráveis e os contrários aos transgênicos.
Na tribuna, porém, houve mais pronunciamentos contra a liberação dos organismos geneticamente modificados no primeiro semestre da atual legislatura.
O assessor de políticas de segurança alimentar do Inesc, Edélcio Vigna, destaca que o debate que está definindo o novo modelo tecnológico para a agricultura mobiliza pouco o Congresso. Essa "ausência" seria o principal resultado da pesquisa. "É um sinal de alerta", sustenta.


Texto Anterior: Polêmica: Múltis dominam mercado de sementes
Próximo Texto: "Transgênicos violam direito humano"
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.