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BCE e Fed dão sinais de avanço na taxa de juros
DA REDAÇÃO
O presidente do BCE (Banco
Central Europeu), Jean-Claude
Trichet, e o diretor regional do
Fed (Federal Reserve, o banco
central dos Estados Unidos) de
Dallas, Richard Fischer, fizeram
comentários ontem em que expressaram preocupação com a inflação em seus países, o que causou turbulência nos mercados de
países emergentes.
As declarações sinalizam que os
juros nos EUA e na UE podem aumentar a fim de conter a alta dos
preços. O retorno mais alto de papéis considerados seguros pelos
investidores costuma fazer com
que eles tirem dinheiro de emergentes para investir em ativos dos
EUA ou da UE.
O BCE manteve sua taxa de juros inalterada em 2% em sua reunião de ontem. A taxa vem sendo
mantida desde junho de 2003.
Trichet disse, porém, que era necessária uma "forte vigilância"
aos preços, o que foi interpretado
como um tom um pouco mais
forte do que o usado por ele anteriormente.
Analistas e o mercado não esperavam que o BCE aumentasse a
taxa de juros nessa reunião, apesar dos altos preços de energia.
Vários governos da UE já pediram ao BCE que aumentasse a taxa, mas Trichet vinha declarando
que os juros eram apropriados.
"Não há dúvida de que a linguagem é mais forte do que na última
reunião e que o BCE está sinalizando uma mudança", disse Lorenzo Codogno, do Bank of America. "Duas palavras se sobressaíram: "ainda apropriada" [sobre a
taxa de juros] e "forte vigilância".
Esse é um sinal claro de que o BCE
pode aumentar os juros."
Isso pode significar que o BCE
aumente sua taxa de juros nos
próximos meses, apesar de Trichet ter dito também que "continua não havendo sinais claros de
pressão inflacionária doméstica
aumentando na zona do euro".
O presidente do BCE afirmou
que as altas recentes na inflação
na área foram causadas pela alta
do petróleo e devem recuar. "Os
riscos de alta, nesse cenário, aumentaram, porém", disse Trichet.
O Banco da Inglaterra (o banco
central do país) também manteve
os juros inalterados, em 4,5%,
após cortá-los em 0,25 ponto percentual em agosto, para estimular
a economia.
Fischer
Já Fischer, do Fed de Dallas, disse ontem que o Fed não deixaria a
inflação no país se descontrolar e
expressou preocupação com o fato de as pressões inflacionárias estarem no limite do tolerável.
"Nós queremos garantir que a
inflação não mostre sua cabeça
feia", disse Fischer. Ele afirmou
ainda que a política de juros do
Fed tem sido apropriada para
combater a inflação e que ela deve
ser mantida.
O Fed vem aumentando os juros desde junho do ano passado, e
a taxa está hoje em 3,75%.
Com agências internacionais
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