São Paulo, sexta-feira, 07 de outubro de 2005

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BCE e Fed dão sinais de avanço na taxa de juros

DA REDAÇÃO

O presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet, e o diretor regional do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) de Dallas, Richard Fischer, fizeram comentários ontem em que expressaram preocupação com a inflação em seus países, o que causou turbulência nos mercados de países emergentes.
As declarações sinalizam que os juros nos EUA e na UE podem aumentar a fim de conter a alta dos preços. O retorno mais alto de papéis considerados seguros pelos investidores costuma fazer com que eles tirem dinheiro de emergentes para investir em ativos dos EUA ou da UE.
O BCE manteve sua taxa de juros inalterada em 2% em sua reunião de ontem. A taxa vem sendo mantida desde junho de 2003. Trichet disse, porém, que era necessária uma "forte vigilância" aos preços, o que foi interpretado como um tom um pouco mais forte do que o usado por ele anteriormente.
Analistas e o mercado não esperavam que o BCE aumentasse a taxa de juros nessa reunião, apesar dos altos preços de energia. Vários governos da UE já pediram ao BCE que aumentasse a taxa, mas Trichet vinha declarando que os juros eram apropriados.
"Não há dúvida de que a linguagem é mais forte do que na última reunião e que o BCE está sinalizando uma mudança", disse Lorenzo Codogno, do Bank of America. "Duas palavras se sobressaíram: "ainda apropriada" [sobre a taxa de juros] e "forte vigilância". Esse é um sinal claro de que o BCE pode aumentar os juros."
Isso pode significar que o BCE aumente sua taxa de juros nos próximos meses, apesar de Trichet ter dito também que "continua não havendo sinais claros de pressão inflacionária doméstica aumentando na zona do euro".
O presidente do BCE afirmou que as altas recentes na inflação na área foram causadas pela alta do petróleo e devem recuar. "Os riscos de alta, nesse cenário, aumentaram, porém", disse Trichet.
O Banco da Inglaterra (o banco central do país) também manteve os juros inalterados, em 4,5%, após cortá-los em 0,25 ponto percentual em agosto, para estimular a economia.

Fischer
Já Fischer, do Fed de Dallas, disse ontem que o Fed não deixaria a inflação no país se descontrolar e expressou preocupação com o fato de as pressões inflacionárias estarem no limite do tolerável.
"Nós queremos garantir que a inflação não mostre sua cabeça feia", disse Fischer. Ele afirmou ainda que a política de juros do Fed tem sido apropriada para combater a inflação e que ela deve ser mantida.
O Fed vem aumentando os juros desde junho do ano passado, e a taxa está hoje em 3,75%.


Com agências internacionais

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