São Paulo, sexta-feira, 07 de outubro de 2005

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ARGENTINA

Embaixador da França ataca governo Kirchner

MAELI PRADO
DE BUENOS AIRES

Uma declaração da diplomacia francesa a respeito da saída do grupo Suez da empresa Aguas Argentinas, que faz o abastecimento de água de Buenos Aires, provocou indignação no governo da Argentina, que exigiu uma retratação da França.
A polêmica teve início quando o embaixador francês em Buenos Aires, Francis Lott, ao comentar a decisão do grupo francês Suez de abandonar a Aguas Argentinas, declarou que o governo da Argentina teve uma atitude "populista" que pôs em dificuldades as empresas francesas.
Isso porque o grupo decidiu deixar a empresa porque não conseguiu negociar com o governo uma alta nas tarifas de água. "Diante da impossibilidade de recompor o equilíbrio econômico da concessão, a empresa já não está em condições de continuar assumindo os riscos e responsabilidades que implica a operação de serviço de água e saneamento na área de concessão", afirmou comunicado da empresa na ocasião.
A inflação é uma das principais preocupações do governo argentino, e o presidente Néstor Kirchner está em campanha pelas eleições que renovarão o Parlamento do país neste mês.
Após as declarações de Lott, a primeira-dama Cristina Kirchner respondeu que a Argentina é um país soberano e que o embaixador ofendia o povo do país.
Além disso, o chanceler da Argentina, Rafael Bielsa, afirmou que, a pedido de Kirchner, irá enviar um documento formal à embaixada francesa em protesto contra as declarações. Na tarde de ontem, Lott disse que suas palavras foram colocadas fora de contexto e que não teve intenção de ofender os argentinos.


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