|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PREÇOS
Índice recua pela 5ª vez e fica em -0,13% em setembro; com alta dos combustíveis, FGV prevê taxas positivas a partir deste mês
IGP-DI cai de novo, mas aponta fim da deflação
JANAINA LAGE
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
O IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna)
completou cinco meses seguidos
de quedas de preços, com deflação de 0,13% em setembro. No
mês anterior, o índice ficara em
-0,79%. O resultado dá sinais de
que o ciclo de arrefecimento de
preços está próximo do fim.A alta
dos combustíveis e o esgotamento do efeito do câmbio sobre os
produtos industriais justificam a
aceleração, diz a FGV (Fundação
Getulio Vargas).
De maio a setembro, o IGP-DI,
usado nos reajustes de telefonia
fixa, acumulou queda de 2,05%.
Segundo o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão
Quadros, trata-se da maior queda
acumulada desde o início do Real.
O movimento de aceleração foi
generalizado e atingiu atacado,
varejo e construção civil. A expectativa é que, em outubro, o IGP-DI volte a registrar taxas positivas,
mas ainda próximas da estabilidade, de acordo com Quadros.
A deflação em setembro ficou
restrita aos produtos agrícolas,
que intensificaram o recuo de
preços em razão das cotações internacionais de produtos como a
soja e do aumento da produtividade de setores específicos. Eles
passaram de uma taxa negativa de
2,47% para uma queda de 3,17%
em setembro. No mesmo período, os produtos industriais avançaram de -0,57% para 0,67%.
"O câmbio, que foi um dos fundamentos dessa deflação, praticamente já esgotou seu efeito. O que
seria um processo gradativo foi
acentuado pelo aumento dos
combustíveis", afirmou Quadros.
No atacado, só as matérias-primas agrícolas intensificaram a
trajetória de queda e passaram de
-1,26% para -2,23%, com o recuo
maior em bovinos (-3,64%), café
(-7,40%) e soja (-6,24%).
Os produtos acabados registraram deflação de 0,57%, ante uma
taxa negativa de 1,22% em agosto,
influenciados pela alta dos combustíveis e dos alimentos processados. A gasolina no atacado passou de -0,26% para 4,18%.
Os insumos industriais registraram alta de 0,91% em setembro,
após queda de 0,81% em agosto.
Os combustíveis e lubrificantes
para a produção pressionaram a
taxa com uma alta de 4,90%.
No varejo, a aceleração nos preços da gasolina, de hortaliças e legumes e de tarifas contribuiu para
acabar com a deflação. Os preços
ao consumidor passaram de
-0,44% para 0,09%.
Texto Anterior: Argentina: Embaixador da França ataca governo Kirchner Próximo Texto: Comércio mundial: EUA criticam ação brasileira contra algodão Índice
|