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Montadoras podem chegar ao limite da capacidade
Em 2008, indústria deve produzir 3,2 mi de veículos
KAREN CAMACHO
DA FOLHA ONLINE
A indústria automobilística
brasileira deve produzir, em
2008, 3,24 milhões de veículos.
O número, 8,9% maior ao registrado neste ano, também será
puxado pelo mercado doméstico, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Com a alta, o Brasil deverá pular de oitavo para sétimo produtor mundial de veículos.
Mas as vantagens do aquecimento esbarram no risco de esgotar a capacidade de produção, hoje em 3,5 milhões de veículos por ano. Ou seja, a margem seria de 260 mil unidades.
Jackson Schneider, presidente da Anfavea, disse que não
há risco de a indústria não
atender a demanda e afirmou
que "as decisões de investimentos estão na mesa de muitas montadoras".
Segundo ele, os últimos
anúncios das empresas somam
R$ 10 bilhões em investimentos para os próximos três anos.
Ainda assim, os investimentos
levam um tempo para dar resultado. "O tempo de maturação é cerca de dois anos, por isso a capacidade instalada de
produção das montadoras deve
ficar ainda em 3,5 milhões em
2008", diz Alexandre Andrade,
da Tendências Consultoria.
Para Andrade, a saída a curto
prazo para as empresas seria a
importação, principalmente
das unidades em países do
Mercosul e México, com quem
o Brasil tem acordos comerciais que derrubam as tarifas de
importação.
O consultor afirmou que algumas montadoras planejam
ampliar a produção ou passar a
fabricar veículos na Argentina,
onde há capacidade de produção ociosa. Para ele, os preços
dos automóveis não devem sofrer reajustes em razão do possível aperto na capacidade.
A Anfavea prevê que a importação de veículos deve registrar
alta de 43,4% em 2008, alcançando 380 mil unidades. Neste
ano as importações devem terminar o ano com alta de 86,6%,
chegando a 265 mil veículos.
Os investimentos para ampliar a produção não são divulgados em detalhes. Schneider
disse, no entanto, que a cadeia
injetou US$ 35 bilhões entre
1995 e 2004 para aumentar a
capacidade de 2 milhões para
3,5 milhões.
Para Schneider, um salto para a produção de 5 milhões de
veículos, que ele acredita ser
possível alcançar em 2013, só
seria possível com um investimento desse porte. Ou seja, os
R$ 10 bilhões anunciados até
agora, de fato, terão de crescer
ou não serão suficientes para
abastecer o mercado.
"As empresas estão reticentes porque perderam muito nos
últimos anos. Mas elas vão investir. O único fato que as faria
mudar de idéia seria reversão
do mercado doméstico, já que é
ele que mantém o crescimento
da produção", diz Andrade.
O crescimento das vendas internas, que alcançará 2,925 milhões de unidades neste ano, é
provocado pelo saldo de crédito
para o setor, que alcançou R$
78 bilhões em outubro deste
ano -contra R$ 61,5 bilhões no
mesmo período do ano passado
e os juros reduzidos nos financiamentos, que bateram 19,6%
em outubro, contra 23,1% no
mesmo mês de 2006.
Ainda sobre as projeções para 2008, as exportações devem
manter em 2008 o equivalente
a US$ 13 bilhões. Argentina e
México respondem por 65%.
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