São Paulo, sexta, 8 de janeiro de 1999

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NEGÓCIO
Empresa tem maior parte dos contratos para plataformas da Petrobrás
Marítima Petróleo compra metade do Estaleiro Mauá

da Sucursal do Rio

A Marítima Petróleo, empresa especializada no gerenciamento da construção e reforma de plataformas marítimas para a Petrobrás, assina hoje contrato de compra de 50% do Estaleiro Mauá, localizado em Niterói (RJ).
A empresa ficou conhecida na gestão do atual presidente da Petrobrás, Joel Mendes Rennó, por ter ganho a maior parte das licitações para construir e reformar plataformas de produção e exploração de petróleo nos últimos anos, apesar de ser apenas um escritório de gerenciamento.
No final de 1997, a empresa, com um capital de apenas R$ 5,33 milhões, detinha encomendas da estatal no valor de US$ 1,7 bilhão.
O estaleiro que está sendo comprado parcialmente fica no mesmo local no qual o industrial Irineu Evangelista de Sousa, o barão de Mauá, construiu seu estaleiro, em 1850. O nome atual da empresa é uma homenagem a Mauá, considerado seu fundador histórico.
Atualmente o estaleiro está praticamente fechado e pertence aos empresários Omar Perez e André Amorim. Perez disse que o dono da Marítima, German Efromovich, ainda está auditando o valor das instalações para definir o preço a ser pago pelos 50% do estaleiro.
De acordo com Perez, o projeto da Marítima é passar a produzir no Brasil parte dos equipamentos para as plataformas que está construindo para a Petrobrás.
Hoje, a empresa tem contratos para construir nove plataformas, com opção para mais duas. Segundo a Folha apurou na Petrobrás, é possível que essas opções sejam canceladas porque a Marítima atrasou a entrega de outras quatro unidades semelhantes a elas.
A intenção da Marítima é começar a fazer no estaleiro alguns módulos (partes) das plataformas P-38 e P-40, ambas em construção em Cingapura.
A empresa quer também obter contratos para construir navios. Nos anos 70, quando pertencia ao empresário Paulo Ferraz, o Mauá chegou a ter 7.000 empregados. Hoje, tem 150. No século 19, sob o comando do barão de Mauá, o estaleiro fez 72 navios em 11 anos.



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