São Paulo, quarta-feira, 08 de março de 2000


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INDÚSTRIA
Pillsbury, nova dona da Forno de Minas, já está de olho no mercado argentino
Ingleses querem globalizar consumo do pão de queijo

Giovani Pereira/Folha Imagem
Linha de montagem da fábrica de pão de queijo da Forno de Minas, localizada em Contagem (MG)


FÁBIA PRATES
da Reportagem Local

Tradicional petisco da cozinha mineira, o pão de queijo é produzido, desde dezembro passado, por ingleses, cuja maior especialidade está no ramo de bebidas.
A Pillsbury -divisão de massa da Diageo, empresa que fabrica o uísques Johnnie Walker e J&B e a vodca Smirnoff- assumiu a Forno de Minas, maior fábrica de pão de queijo do país, instalada em Contagem (MG), por ter visto no produto "potencial de globalização".
Agora, quer levar o produto mineiro, que começou a ser produzido em "fundo de quintal" -seguindo receita de uma família do interior do Estado-, ao exterior.
Quando ainda estava nas mãos da família mineira, o pão de queijo já era exportado para Israel, Itália e Estados Unidos. A idéia dos novos donos é aumentar as vendas externas, começando pela vizinha Argentina.
Foi a Pillsbury -que está no Brasil desde 96, quando adquiriu a Frescarini- que procurou a fábrica mineira com a proposta de aquisição.
Os ex-donos da Forno de Minas, que buscavam um parceiro para diversificar os negócios, toparam vender a empresa -por um preço não revelado- e resolveram concentrar forças na fabricação de queijos.
Para Marcos Gonçalves, diretor-geral da Pillsbury, a aquisição ampliará as possibilidades de a multinacional atuar na área de congelados e dará estrutura para a distribuição de novos produtos desse segmento pelo Brasil.
O acerto incluiu um contrato de distribuição que garantirá aos antigos donos um mercado certo para os queijos. O laticínio já existia e produzia especialmente para a Forno de Minas.
A empresa foi criada em 1991, com produção de 40 quilos de pão de queijo por dia e dois funcionários. Hoje, produz 70 toneladas/ dia e emprega cerca de 500 pessoas.
Segundo Gonçalves, a diversidade de utilização do pão de queijo como lanche -é consumido no café da manhã e como couvert em restaurantes, por exemplo- sustenta a aceitação no mercado externo. "Eu não conheço ninguém que não goste do pão de queijo", disse.
Hélder Mendonça, ex-sócio da Forno de Minas, quer que a Leitteria de Minas, nome da fábrica de queijos, siga os passos de sua empresa-mãe.
Além de distribuir para a fábrica -o acordo garante mercado certo durante três anos-, Guimarães quer fazer incursões mais ambiciosas: produzir queijos finos e oferecer o produto com preços atrativos no mercado brasileiro.
Para isso, busca um parceiro externo que possa agregar tecnologia e capital para a nova investida.



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