São Paulo, sexta-feira, 08 de março de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Bovespa cai 0,81% e dólar sobe 0,33%; mal-estar em relação a endividamento da empresa permanece

Telemar continua em queda e puxa Bolsa

DA REPORTAGEM LOCAL

Os boatos deram o tom nas negociações no mercado financeiro ontem. O dólar fechou com pequena alta de 0,33%, para R$ 2,375. A Bovespa caiu 0,81%.
O fator decisivo para a queda do Ibovespa ontem continuou sendo a Telemar, o papel de maior peso no índice. Na terça-feira, durante uma "conference call", a Telemar afirmou que seu endividamento líquido aumentará 30% neste ano. A partir de então, começou um mal-estar do mercado em relação à companhia, e o papel começou a despencar. Nesta semana, as ações já se desvalorizaram cerca de 13%. Ontem, os papéis preferenciais caíram 2,24%.
A Telemar apressou-se em esclarecer as dúvidas do mercado.
Segundo a empresa, entre 1998 e 2000, seu investimento anual ficou na casa dos R$ 2,5 bilhões.
No ano passado, ele subiu para R$ 10,1 bilhões, com o intuito de atender ao plano de antecipação de metas de telefonia.
Com o investimento maior, o item contas a pagar de seu balanço também se elevou, o que projeta o aumento de sua dívida.
O mercado avalia que, como o setor de telecomunicações completou seu primeiro ciclo de ajuste às metas fixadas pela privatização do setor, poderia ver seus lucros crescerem neste ano.
Os boatos foram concentrados ontem na relação mantida pela Telemar com os fornecedores. A empresa estaria com dificuldades de fazer os pagamentos. A Telemar diz que, com um procedimento normal e de rotina, avisou aos fornecedores que suspenderia os pagamentos de faturas por dois meses para fazer uma checagem dos contratos. A situação estaria regularizada em até 15 dias.
No lado mais extremado, houve a especulação de que fornecedores e Telemar manteriam relações fraudulentas -como o superfaturamento de compras.
Além da Telemar, a campanha eleitoral começou para o mercado. Ontem, especulava-se que as revistas semanais trariam reportagens com denúncias envolvendo a candidatura de José Serra (PSDB). Ou novos detalhes sobre as razões da apreensão de documentos feita pela Polícia Federal na Lunus.
O rompimento entre PFL e PSDB não teve forte impacto para as negociações, já que o PFL sinalizou que não deixará de votar com o governo nas questões da CPMF. (ANA PAULA RAGAZZI)


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