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MERCADO FINANCEIRO
Bovespa cai 0,81% e dólar sobe 0,33%; mal-estar em relação a endividamento da empresa permanece
Telemar continua em queda e puxa Bolsa
DA REPORTAGEM LOCAL
Os boatos deram o tom nas negociações no mercado financeiro
ontem. O dólar fechou com pequena alta de 0,33%, para R$
2,375. A Bovespa caiu 0,81%.
O fator decisivo para a queda do
Ibovespa ontem continuou sendo
a Telemar, o papel de maior peso
no índice. Na terça-feira, durante
uma "conference call", a Telemar
afirmou que seu endividamento
líquido aumentará 30% neste
ano. A partir de então, começou
um mal-estar do mercado em relação à companhia, e o papel começou a despencar. Nesta semana, as ações já se desvalorizaram
cerca de 13%. Ontem, os papéis
preferenciais caíram 2,24%.
A Telemar apressou-se em esclarecer as dúvidas do mercado.
Segundo a empresa, entre 1998 e
2000, seu investimento anual ficou na casa dos R$ 2,5 bilhões.
No ano passado, ele subiu para
R$ 10,1 bilhões, com o intuito de
atender ao plano de antecipação
de metas de telefonia.
Com o investimento maior, o
item contas a pagar de seu balanço também se elevou, o que projeta o aumento de sua dívida.
O mercado avalia que, como o
setor de telecomunicações completou seu primeiro ciclo de ajuste
às metas fixadas pela privatização
do setor, poderia ver seus lucros
crescerem neste ano.
Os boatos foram concentrados
ontem na relação mantida pela
Telemar com os fornecedores. A
empresa estaria com dificuldades
de fazer os pagamentos. A Telemar diz que, com um procedimento normal e de rotina, avisou
aos fornecedores que suspenderia
os pagamentos de faturas por dois
meses para fazer uma checagem
dos contratos. A situação estaria
regularizada em até 15 dias.
No lado mais extremado, houve
a especulação de que fornecedores e Telemar manteriam relações
fraudulentas -como o superfaturamento de compras.
Além da Telemar, a campanha
eleitoral começou para o mercado. Ontem, especulava-se que as
revistas semanais trariam reportagens com denúncias envolvendo a candidatura de José Serra
(PSDB). Ou novos detalhes sobre
as razões da apreensão de documentos feita pela Polícia Federal
na Lunus.
O rompimento entre PFL e
PSDB não teve forte impacto para
as negociações, já que o PFL sinalizou que não deixará de votar
com o governo nas questões da
CPMF.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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