São Paulo, sexta-feira, 08 de março de 2002

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VAIVÉM DAS COMMODITIES

Reações diversas
A modificação na estrutura tributária argentina trouxe reações contraditórias no Brasil. Agradou aos produtores de arroz, porque o produto argentino ficou menos competitivo no Brasil, mas provocou forte reação da indústria processadora de soja.

Novo golpe
Agora que o Brasil se prepara para denunciar os subsídios dos EUA à soja na OMC, recebe mais um golpe. Desta vez, do vizinho do Sul. A Argentina impôs novas taxas para as exportações da soja em grão, que agora é 13,5%. As de farelo e de óleo ficam em 5%.

Diferencial
Essa nova estrutura tributária trouxe um diferencial de taxas entre as exportações de matéria-prima e produtos processados para 8,5% -antes era de 3,5%. E isso confere uma vantagem muito grande às indústrias argentinas, segundo Carlo Lovatelli, presidente da Abiove.

Margem de manobra
As indústrias argentinas distribuirão o diferencial entre maior remuneração aos produtores e descontos aos importadores de farelo e óleo. Com isso, a Argentina processará mais soja e chegará no mercado internacional com uma oferta maior de produto e preços distorcidos, diz Lovatelli.

Forte reação
A forte reação dos processadores brasileiros ocorreu porque essa tributação diferenciada dará margem de ganho de US$ 15 por tonelada na soja processada para os argentinos. Esse diferencial tira o Brasil do mercado, já que os argentinos praticamente exportam tudo que produzem.

Dinheiro para arroz
O governo quer impedir fortes quedas do arroz neste ano de grande produção colocando R$ 930 milhões para apoiar a comercialização do produto. O dinheiro chegará ao produtor por meio de diversos mecanismos, segundo o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

Opções
Entre os mecanismos de crédito estão os contratos de opção, AGF e EGF (empréstimos e aquisições do governo federal) e custeio alongado. Os produtores pagarão taxa de 8,75% ao ano.

Divisão do crédito
Os produtores do Rio Grande do Sul ficarão com R$ 810 milhões do crédito, ou seja, 87% do total. Esse volume de dinheiro permitirá o financiamento de 2,6 milhões de toneladas de arroz, quase a metade da produção do Estado, estimada em 5,4 milhões de toneladas.

Contratos de opção
O governo espera financiar 3,1 milhões de toneladas de arroz em todas as regiões produtoras do país. O maior volume de crédito será destinado aos contratos de opção: R$ 400 milhões. Outros R$ 310 milhões serão destinados ao custeio alongado.

União de produtores
Walter Arns, da Associação dos Arrozeiros de Uruguaiana (RS), vai propor hoje, na abertura das festividades da safra de arroz, que os agricultores do Mercosul se reúnam para discutir conjuntamente a comercialização.

e-mail: mzafalon@folhasp.com.br



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