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CARROS
Indústria reclama de que necessidade de aprovação de Argentina e Uruguai para a redução de tarifas limita vendas
Mercosul trava exportações, diz Anfavea
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil poderia exportar muito
mais veículos para países como o
México, não fosse a necessidade
de o governo brasileiro precisar
da aprovação da Argentina e Uruguai para fechar acordos externos
de redução tarifárias. A crítica foi
feita ontem por Ricardo Luiz dos
Santos Carvalho, presidente da
Anfavea (Associação Nacional
dos Fabricantes de Veículos Automotores), ao se referir aos problemas que o país enfrenta para se
entender com o Mercosul.
"Há meses o México e o Brasil já
se entenderam para reduzir progressivamente os impostos de importação de veículos brasileiros
de 23% para 8%. Mas o acordo
não sai por causa da situação delicada da Argentina e seus receios
com alguns entendimentos comerciais", desabafou Carvalho.
Um dos entraves para o acordo
em bloco do México com o Mercosul seriam as exigências que o
governo mexicano faz para que os
países do Cone Sul abram suas
fronteiras para produtos químicos e eletroeletrônicos. Trata-se
de uma contrapartida diante do
bom desempenho que o Brasil
tem registrado nas vendas de veículos, chassis e autopeças para o
México. "Nossas exportações para aquele país cresceram de US$
348 milhões para US$ 1,113 bilhões entre 1998 e 2001, enquanto
as vendas do México para o Brasil
se expandiram de US$ 131 milhões para US$ 208 milhões."
Carvalho afirmou que já existe
um superávit a favor do Brasil em
produtos automotivos, e os mexicanos querem compensar exportando outros produtos para cá.
"Mas a situação frágil da Argentina atrapalha a aprovação dos
acordos bilaterais. Isso apesar de
que a própria Argentina seria beneficiada com maiores facilidades
para exportar veículos."
Carvalho afirmou que não estava criticando o Mercosul, mas levava em consideração que "os
países do bloco não podem prejudicar os acordos internacionais
do Brasil". Ele lembrou que a Argentina teve um superávit de US$
600 milhões nas vendas de veículos, máquinas agrícolas e autopeças para o Brasil em 2001, contra
os US$ 200 milhões de 1998. Isso
porque a Argentina tem enfrentado uma brutal queda de poder
aquisitivo nos últimos anos e direcionado a produção para cá.
Retomada das exportações
Apesar dos problemas de entendimento com o Mercosul, as
montadoras brasileiras conseguiram aumentar suas exportações
em unidades em 27,1% em fevereiro, em relação a janeiro passado. O número de veículos somou
23.288 unidades, o equivalente a
US$ 240,6 milhões. Nos dois primeiros meses de 2002, o total atingiu 41.610 veículos.
Houve retração de 1% sobre as
42.032 unidades do primeiro bimestre de 2001, pois naquele período a economia global estava
aquecida. Já as exportações de
máquinas agrícolas aumentaram
34,6% em janeiro e fevereiro em
relação ao mesmo período de
2001.
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