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Obras sociais têm o pior desempenho
Apenas 25% dos projetos em áreas como saneamento e habitação estão no cronograma, de acordo o com balanço do PAC
Setor de energia tem avaliação positiva feita pelo governo, mas é o que mais pode ameaçar as metas
para o crescimento do país
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A área de infra-estrutura social e urbana é a de pior desempenho no PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento),
segundo o balanço divulgado
ontem pelo governo. Essas
obras incluem saneamento, habitação, metrôs e recursos hídricos e são uma das bandeiras
do governo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Apenas 25,3% dos projetos
receberam o carimbo verde,
que significa não haver problemas no cronograma das obras
ou riscos de paralisação. Esse
percentual é bastante próximo
ao das obras consideradas problemáticas. No balanço divulgado ontem, 20% dos projetos
da área social e urbana estão
em situação preocupante.
Nas obras de habitação e saneamento, por exemplo, não há
contrato fechado e o que o governo fez até agora foi selecionar R$ 3,7 bilhões em projetos.
Os primeiros contratos só serão assinados a partir de junho.
A revitalização e transposição do rio São Francisco, também incluída nessa área, estava
prevista para começar ontem.
A construção de metrôs em algumas capitais enfrenta problemas nos convênios que precisam ser assinados.
Segundo o balanço do PAC, o
setor de energia é o que tem o
índice mais elevado (64,2%) de
projetos com andamento considerado adequado pelo governo, mas é também o mais sensível, por concentrar problemas
em obras que, se não saírem do
papel, podem comprometer o
crescimento e obrigar o país a
um novo racionamento.
Visão positiva
Apesar da situação ruim, o
ministro Silas Rondeau (Minas
e Energia) faz uma avaliação
positiva. "O andamento do PAC
está bom. Estamos indo muito
bem." Mas reconheceu problemas no licenciamento ambiental. "É uma briga todo dia. Será
uma briga colocar as usinas do
rio Madeira", disse. Depois,
Rondeau acrescentou que a
"briga" é boa, saudável.
As duas hidrelétricas -Santo
Antônio e Jirau- são os principais projetos de aumento de
oferta de energia do PAC. Somadas, elas poderão gerar
6.494 MW (megawatts), mas
ainda não têm licenciamento
ambiental e foram classificadas
como "preocupantes".
Rondeau afirmou que o suprimento de energia nos próximos cinco anos está garantido e
voltou a dizer que as alternativas à não-construção das hidrelétricas do rio Madeira são termelétricas a óleo ou a carvão.
A infra-estrutura de logística
- área que inclui rodovias, ferrovias, portos, hidrovias e aeroportos- tem um percentual de
56,5% de projetos e obras com
andamento adequado. Só 6,1%
são tidos como preocupantes.
Do ponto de vista do Orçamento da União, o Ministério
dos Transportes, responsável
pelo setor de logística, também
é o que mais comprometeu recursos para obras até abril: R$
1,7 bilhão de uma previsão de
R$ 8,1 bilhões, equivalente a
31%, índice considerado adequado pelo ministro Paulo Bernardo (Planejamento).
Quando é analisado, porém,
o que já foi efetivamente pago
desses investimentos, o total fica em R$ 720 milhões. Bernardo disse que um dos motivos da
baixa execução do Orçamento
se deu porque só em fevereiro
os recursos estavam disponíveis para liberação. Ele destacou, porém, que o ritmo de empenho deste ano é cerca de 30%
superior ao de anteriores.
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