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Nem Lula fica satisfeito e cobra de seus ministros maior empenho em obras
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está satisfeito
com o andamento do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento). A Folha apurou que na
última sexta-feira, quando discutiu o balanço de cem dias do
PAC, Lula fez duras críticas às
ministras Dilma Rousseff (Casa Civil) e Marina Silva (Meio
Ambiente).
Em reunião no Palácio do
Planalto, cobrou de Dilma
maior empenho na cobrança
aos demais ministros e obras
do PAC. Lula ficou decepcionado, nas palavras de um ministro, com o que chamou de "excesso de burocracia".
Sobraram para Marina críticas duras em relação à área
energética. Lula disse que o
Ministério do Meio Ambiente
não entendeu a importância do
PAC e que a pasta se preocuparia mais com detalhes ambientais de menor importância. Já
ele, presidente, se preocuparia
em gerar empregos, o que deveria ser a prioridade de todo o
governo.
Na última sexta, Lula recebeu o balanço do PAC que o governo divulgou oficialmente
ontem. A Folha apurou que o
presidente disse a Dilma que
era preciso que ela acelerasse o
ritmo do PAC. Do contrário,
não entregaria o que prometeu
até o final de seu mandato.
O balanço público sofreu alteração para, de acordo com
um ministro, "injetar otimismo" nos empresários. Obras
que poderiam melhorar a classificação num curto prazo,
duas ou três semanas, receberam o carimbo de adequadas.
No entanto, o índice de satisfação é menor do que o admitido
no anúncio.
A área que mais preocupa
Lula é a de obras de infra-estrutura para geração de energia. Na sexta, ao tomar conhecimento do que considerou um
sofrível desempenho nessa
área, Lula reuniu Dilma, Marina e o ministro das Minas e
Energia, Silas Rondeau.
Segundo a Folha apurou, o
presidente disse aos ministros
que era decisão sua a construção de duas usinas no rio Madeira. Afirmou que caberia a
Marina acelerar a concessão
das licenças ambientais e a Dilma resolver com o consórcio
Odebrecht e Furnas eventuais
empecilhos a essas licenças, como documentos ou medidas
que deverão adotar nas obras.
Marina já prometeu a Lula a
concessão da licença. O presidente quer que essa decisão seja anunciada logo. Avalia que,
se admitir esperar até agosto,
ocorrerá maior atraso. O presidente teme que o medo de falta
de energia leve empresários a
cancelar ou a atrasar investimentos. Assim, a meta de fazer
o PIB crescer cerca de 5% ao
ano pode ficar apenas no papel.
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