São Paulo, terça-feira, 08 de maio de 2007

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Nem Lula fica satisfeito e cobra de seus ministros maior empenho em obras

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está satisfeito com o andamento do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento). A Folha apurou que na última sexta-feira, quando discutiu o balanço de cem dias do PAC, Lula fez duras críticas às ministras Dilma Rousseff (Casa Civil) e Marina Silva (Meio Ambiente).
Em reunião no Palácio do Planalto, cobrou de Dilma maior empenho na cobrança aos demais ministros e obras do PAC. Lula ficou decepcionado, nas palavras de um ministro, com o que chamou de "excesso de burocracia".
Sobraram para Marina críticas duras em relação à área energética. Lula disse que o Ministério do Meio Ambiente não entendeu a importância do PAC e que a pasta se preocuparia mais com detalhes ambientais de menor importância. Já ele, presidente, se preocuparia em gerar empregos, o que deveria ser a prioridade de todo o governo.
Na última sexta, Lula recebeu o balanço do PAC que o governo divulgou oficialmente ontem. A Folha apurou que o presidente disse a Dilma que era preciso que ela acelerasse o ritmo do PAC. Do contrário, não entregaria o que prometeu até o final de seu mandato.
O balanço público sofreu alteração para, de acordo com um ministro, "injetar otimismo" nos empresários. Obras que poderiam melhorar a classificação num curto prazo, duas ou três semanas, receberam o carimbo de adequadas. No entanto, o índice de satisfação é menor do que o admitido no anúncio.
A área que mais preocupa Lula é a de obras de infra-estrutura para geração de energia. Na sexta, ao tomar conhecimento do que considerou um sofrível desempenho nessa área, Lula reuniu Dilma, Marina e o ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau.
Segundo a Folha apurou, o presidente disse aos ministros que era decisão sua a construção de duas usinas no rio Madeira. Afirmou que caberia a Marina acelerar a concessão das licenças ambientais e a Dilma resolver com o consórcio Odebrecht e Furnas eventuais empecilhos a essas licenças, como documentos ou medidas que deverão adotar nas obras.
Marina já prometeu a Lula a concessão da licença. O presidente quer que essa decisão seja anunciada logo. Avalia que, se admitir esperar até agosto, ocorrerá maior atraso. O presidente teme que o medo de falta de energia leve empresários a cancelar ou a atrasar investimentos. Assim, a meta de fazer o PIB crescer cerca de 5% ao ano pode ficar apenas no papel.


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