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Lucro do Bradesco tem alta de 11,4% e bate recorde
Resultado de R$ 1,7 bi é o maior entre os bancos privados em um 1º trimestre
Ganhos refletem mais uma vez a expansão da carteira de crédito, com alta de 25% no período; banco planeja novas parcerias no varejo
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A continuidade da expansão
da carteira de crédito ajudou o
Bradesco a ter mais um trimestre de lucro bilionário.
Nos primeiros três meses de
2007, o maior banco privado do
país computou lucro líquido de
R$ 1,705 bilhão -11,4% acima
do registrado no mesmo período de 2006. O resultado superou também o lucro do último
trimestre do ano passado, que
foi de R$ 1,62 bilhão.
Segundo levantamento da
consultoria Economática, o resultado foi o maior para um 1º
trimestre registrado por um
banco privado brasileiro nos
últimos 20 anos. Apenas os R$
2,41 bilhões obtidos pelo Banco
do Brasil (estatal) nesse período em 2006 foram superiores.
A carteira de crédito do banco (incluindo avais e fianças)
saltou de R$ 97,818 bilhões em
março de 2006 para R$ 122,355
bilhões em março deste ano,
um crescimento de 25,1%.
A expansão da carteira dos
grandes bancos nos últimos
anos veio acompanhada de um
aumento da inadimplência, resultado da crescente massificação do crédito.
Com o Bradesco, esse processo não foi diferente. Ao menos
neste primeiro trimestre o banco viu a inadimplência da carteira de pessoa física, a que costuma ser mais problemática, ficar praticamente estável. Em
dezembro, as operações desse
segmento vencidas há mais de
90 dias representavam 6,3% da
carteira. Em março último, estavam em 6,2%. Mas 12 meses
antes, a inadimplência representava apenas 4,8%.
"O índice de inadimplência
na pessoa física ainda está em
níveis indesejados. O calcanhar-de-aquiles na área de concessão de crédito sem dúvida é
a inadimplência", afirmou Milton Vargas, vice-presidente e
diretor de Relações com Investidores do Bradesco.
Com a inadimplência em níveis elevados, o saldo de PDD
(provisão para créditos de liquidação duvidosa) subiu de R$
5,31 bilhões no 1º trimestre de
2006 para R$ 6,77 bilhões em
março deste ano.
"A inadimplência no setor
bancário começa a dar sinais de
estabilidade ou até um começo
de recuo", diz Marcel Artoni de
Marco, analista financeiro do
Inepad (Instituto de Ensino e
Pesquisa em Administração).
"Demanda por crédito existe,
mas os bancos passaram nos últimos meses a ser mais cautelosos e seletivos na concessão."
Varejo
Para ajudar a manter o ritmo
de crescimento de sua carteira
de crédito no ano, o Bradesco
está atento às oportunidades
oferecidas por parcerias com o
varejo. O banco já dispõem de
23 dessas parcerias, como a feita com a Casas Bahia, e pretende fechar pelo menos mais seis
nos próximos meses.
O banco projeta uma expansão entre 20% e 25% na carteira de crédito em 2007.
"Se a economia crescer perto
de 4%, como esperamos, poderemos chegar a um aumento
em torno de 25% nos empréstimos", afirmou Márcio Cypriano, presidente do Bradesco.
Além do contínuo crescimento da carteira de crédito,
que tem se destacado pelo menos nos últimos dois anos, o lucro do banco também teve relevante participação do setor de
seguros (31% do resultado total) e o de serviços (inclui as tarifas bancárias e taxas de administração), que representou
29% do lucro da instituição.
A receita com prestação de
serviços alcançou os R$ 2,559
bilhões no fim do 1º trimestre,
um considerável aumento de
25,4% em relação ao mesmo
período de 2006.
As ações preferenciais do
Bradesco tiveram alta de 1,3%
no pregão de ontem da Bolsa de
Valores de São Paulo. Hoje é a
vez de o Itaú, principal concorrente do Bradesco, divulgar seu
balanço do 1º trimestre do ano.
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