São Paulo, terça-feira, 08 de maio de 2007

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Lucro do Bradesco tem alta de 11,4% e bate recorde

Resultado de R$ 1,7 bi é o maior entre os bancos privados em um 1º trimestre

Ganhos refletem mais uma vez a expansão da carteira de crédito, com alta de 25% no período; banco planeja novas parcerias no varejo


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A continuidade da expansão da carteira de crédito ajudou o Bradesco a ter mais um trimestre de lucro bilionário.
Nos primeiros três meses de 2007, o maior banco privado do país computou lucro líquido de R$ 1,705 bilhão -11,4% acima do registrado no mesmo período de 2006. O resultado superou também o lucro do último trimestre do ano passado, que foi de R$ 1,62 bilhão.
Segundo levantamento da consultoria Economática, o resultado foi o maior para um 1º trimestre registrado por um banco privado brasileiro nos últimos 20 anos. Apenas os R$ 2,41 bilhões obtidos pelo Banco do Brasil (estatal) nesse período em 2006 foram superiores.
A carteira de crédito do banco (incluindo avais e fianças) saltou de R$ 97,818 bilhões em março de 2006 para R$ 122,355 bilhões em março deste ano, um crescimento de 25,1%.
A expansão da carteira dos grandes bancos nos últimos anos veio acompanhada de um aumento da inadimplência, resultado da crescente massificação do crédito.
Com o Bradesco, esse processo não foi diferente. Ao menos neste primeiro trimestre o banco viu a inadimplência da carteira de pessoa física, a que costuma ser mais problemática, ficar praticamente estável. Em dezembro, as operações desse segmento vencidas há mais de 90 dias representavam 6,3% da carteira. Em março último, estavam em 6,2%. Mas 12 meses antes, a inadimplência representava apenas 4,8%.
"O índice de inadimplência na pessoa física ainda está em níveis indesejados. O calcanhar-de-aquiles na área de concessão de crédito sem dúvida é a inadimplência", afirmou Milton Vargas, vice-presidente e diretor de Relações com Investidores do Bradesco.
Com a inadimplência em níveis elevados, o saldo de PDD (provisão para créditos de liquidação duvidosa) subiu de R$ 5,31 bilhões no 1º trimestre de 2006 para R$ 6,77 bilhões em março deste ano.
"A inadimplência no setor bancário começa a dar sinais de estabilidade ou até um começo de recuo", diz Marcel Artoni de Marco, analista financeiro do Inepad (Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração). "Demanda por crédito existe, mas os bancos passaram nos últimos meses a ser mais cautelosos e seletivos na concessão."

Varejo
Para ajudar a manter o ritmo de crescimento de sua carteira de crédito no ano, o Bradesco está atento às oportunidades oferecidas por parcerias com o varejo. O banco já dispõem de 23 dessas parcerias, como a feita com a Casas Bahia, e pretende fechar pelo menos mais seis nos próximos meses.
O banco projeta uma expansão entre 20% e 25% na carteira de crédito em 2007.
"Se a economia crescer perto de 4%, como esperamos, poderemos chegar a um aumento em torno de 25% nos empréstimos", afirmou Márcio Cypriano, presidente do Bradesco.
Além do contínuo crescimento da carteira de crédito, que tem se destacado pelo menos nos últimos dois anos, o lucro do banco também teve relevante participação do setor de seguros (31% do resultado total) e o de serviços (inclui as tarifas bancárias e taxas de administração), que representou 29% do lucro da instituição.
A receita com prestação de serviços alcançou os R$ 2,559 bilhões no fim do 1º trimestre, um considerável aumento de 25,4% em relação ao mesmo período de 2006.
As ações preferenciais do Bradesco tiveram alta de 1,3% no pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo. Hoje é a vez de o Itaú, principal concorrente do Bradesco, divulgar seu balanço do 1º trimestre do ano.


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